23 dezembro, 2008

Conselhos Executivos organizam-se para “reflectirem” e “acertarem posições” sobre avaliação de professores

Este parece ser o novo caminho! É tempo de lhes dar a voz e a vez (aos CE).
Mas nada de desarmar. Há outras frentes em marcha!
E a partir de Janeiro os socretinos já só vêm o calendário eleitoral... e estarão nas tintas para o programa... Quererão é manter o "tacho" por mais 4 anos...
Por isso... E muito mais....
Vamos lá!

17 dezembro, 2008

Vendilhões do Templo

Vendam Sócrates, vendam Cavaco, vendam a Assembleia, vendam tudo...
É o que este governo sabe fazer. Não há valores, não há respeito, não há ética nem moral que lhes valha... E não é só naquilo que ao património diz respeito.... Que vendam também as mães deles...
Se o MAL existe, estes mamíferos são a sua verdadeira personificação.
Para não variar, e mais uma vez, Manuel António Pina:

17 Dezembro 2008

Vendilhões do Templo

Com os encargos de todas as obras públicas anunciadas, boa parte do nosso futuro está hipotecada; pelo presente já ninguém dá nada; resta o passado. Não se estranhará, pois, que o Governo prepare um novo regime para o património histórico e cultural que abre portas à venda mais ou menos indiscriminada de monumentos históricos. "O mote é alienar", denunciam, alarmadas, as associações de defesa do património.
Se a coisa, congeminada no Ministério das Finanças, for avante, depois do Forte de Peniche transformado em pousada, veremos um dia destes uma loja Ikea na Torre de Belém e um hotel de charme no Mosteiro de Alcobaça (e porque não no da Batalha?); Rui Rio poderá, finalmente, vender a Torre dos Clérigos em "time-sharing"; e António Costa, em Lisboa, fazer dos Jerónimos um centro comercial. Governados por mercadores sem memória e sem outra cultura que não a do dinheiro, faltava-nos ver a nossa própria História à venda. Em breve, nem Cristo (quanto mais nós) terá poderes para expulsar os vendilhões do Templo porque eles já terão comprado o Templo e já lhe terão dado ordem de expulsão a Ele.

Fortes com os fracos... Fracos com os fortes

Governo recua nas negociações das carreiras médicas

16 dezembro, 2008

Felizmente há gente lúcida

Já não é novidade nenhuma.
Manuel António Pina habituou-nos a boa prosa: textos curtos com grande simplicidade sem ser simplório e a uma lucidez notável.
Faz inveja a muitos escrevinhadores de meia tigela que por aí pululam...
Deixo-o falar que o faz de forma melhor que aquela que escrevo.

16 Dezembro 2008

A voz da rua

Pedras, "cocktails molotov", ovos, gritos ou insultos, as diferenças que a raiva tem assumido nas ruas de Atenas, Paris, Lisboa, Roma, Copenhague e mais cidades, não chegam para ocultar semelhanças fundamentais. Dirigidas por contabilistas sem outra ideologia senão o mesmo vácuo discurso anti-ideológico do "fim da História" (ou das "terceiras vias"), burocratas incapazes de uma ideia ou um ideal minimamente mobilizadores, as democracias europeias, muitas vezes sob a tutela de partidos com a designação de "socialistas" ou "sociais-democratas" também eles transformados em gestores de interesses e clientelas, tornaram-se lugares onde deixou de haver motivos de esperança e onde exércitos cada vez mais numerosos de excluídos convivem com a riqueza escandalosa, a ostentação e a corrupção.
Num tal ambiente social, uma centelha, como aconteceu com o assassínio de um jovem em Atenas, pode incendiar toda a pradaria. Depois, para a guerra civil social começar a assumir contornos antidemocráticos, basta saltar de qualquer esquina um populista. É isto que as lideranças europeias parecem não compreender.

13 dezembro, 2008

Demita-se, senhora!....

E isto em Espinho!... Uma cidade do litoral... A dois passos do Porto, a segunda cidade do país...
Continue querida ministra da Saúde a fechar Centros de Saúde, Urgências, Hospitais, Maternidades...
Tudo para poupar uns cobres... Míseros cobres... É esta M... de políticos e governo que se diz socialista... Bandalhos...
Deviam ter vergonha naquelas caras... sorrisos hipócritas... cagalhães a torto e a direito... mentiras e aldrabices... essa é a especialidade... quem ganha com isto???? Sigam o dinheiro.... Para onde vai ele?...

INEM sem viaturas disponíveis

Professor morre sem assistência médica

O Instituto Nacional de Emergência Médica volta a estar envolto em polémica pelas piores razões. Desta vez, um professor da Escola Secundária de Espinho sofreu uma paragem cardíaca e morreu sem receber assistência médica. O INEM não tinha uma viatura disponível.

Ontem, o professor, de 51 anos, sentiu-se mal depois de uma aula, tendo os colegas tentado contactar várias vezes o INEM mas sem sucesso, noticia a RTP1.
A escola, situada perto do Hospital de Espinho, recorreu aos bombeiros, que, por sua vez, conseguiram ligar para o 112. A emergência médica devolveu então a chamada aos professores mas disse não ter uma viatura médica disponível e que a vítima devia ser transportada para o hospital, conta o canal de televisão.
Uma ambulância dos bombeiros acabou por ser enviada para Escola Secundária, mas não estava equipada com o fármaco necessário para tratar o professor, que o INEM habitualmente transporta nas suas viaturas.
Também a unidade de saúde local não dispunha do medicamento, nem podia enviar um médico para assistir a vítima, o que ditou o transporte do professor para o Hospital de Gaia, onde acabou por falecer, relata a RTP1.

12 dezembro, 2008

A frase!

Bingo! O artigo merece ser lido. Como sempre... Fernando Sobral

"Os governos europeus muitas vezes olham para os seus cidadãos como se estes fossem apenas turistas num centro comercial. Estão ali apenas para consumir produtos, trocar de dirigentes partidários na hora em que estes se cansam do poder e pagar impostos. "

09 dezembro, 2008

Que gente é esta, amigo? - II


O outro também não lhe fica atrás....

É só para lembrar aos mais esquecidos....


Que gente é esta, amigo? - I

Já agora, porque é que na página do governo este secretário de Estado oculta que foi vereador na Câmara Municial de Penamacor?

Expresso (03-03-2007), Página: 18
Secretário de Estado condenado
O Tribunal anulou um concurso aberto por Valter Lemos. Um só despacho deu origem a cinco recursos à Justiça O actual secretário de Estado da Educação viu anulado pelo Tribunal Administrativo de Coimbra um concurso para professores coordenadores — aberto por sua iniciativa quando era presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB).
O tribunal considerou que Valter Lemos violou diversas normas legais, entre as quais os Estatutos da Carreira Docente e do próprio instituto. “São falhas demasiado grosseiras para serem devidas a ignorância”, disse um dos advogados do processo.
O Gabinete do secretário de Estado afirma que “foram abertos dezenas de concursos, sem qualquer problema” e que, neste caso, “a docente chumbou e por isso recorreu da decisão, não do processo”. Num único despacho, de 2002, Valter Lemos abriu cinco concursos públicos. Dois deles foram logo anulados por irregularidades. Dos três que seguiram para a frente, existem cinco processos a correr nos tribunais. “Irresponsável” foi como, na altura, o Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup) classificou o modo como o presidente do IPCB “resolveu avançar para a abertura destes concursos”. Em carta enviada ao próprio Valter Lemos, o sindicato enumerava os vícios de forma de que o processo sofria e pedia-lhe que reconsiderasse. Não o fez.
“Queria fazer um concurso à medida”, afirma Araújo Gomes, um dos candidatos aos três lugares a concurso para professores coordenadores de três áreas distintas, mas todas da Escola Superior de Tecnologia. Acabaria afastado do lugar, mas desencadeou três processos no Tribunal Administrativo de Lisboa, que ainda estão a correr os trâmites normais. Duas outras professoras candidatas (também elas recusadas) processaram a escola. No caso de Aline Baião, apesar do recurso interposto pelo Instituto, os juízes mantiveram a decisão tomada em primeira instância: o concurso está ferido de ilegalidades várias e terá de ser anulado.
O gabinete de Valter Lemos considera que “a decisão do recurso ainda é recorrível” e garante que a sentença “não implica a anulação” do concurso, O advogado que acompanha o processo discorda. Em causa estão “erros básicos e muito grosseiros” provados em tribunal, garante. Valter Lemos abriu o concurso sem consultar o conselho científico do Instituto — obrigatório por lei — e nomeou o júri de forma irregular: vários dos jurados escolhidos não tinham competência para avaliar os candidatos. Em tribunal provou-se que ou não tinham habilitação suficiente (eram professores auxiliares a avaliar professores coordenadores, que são um posto acima do seu) ou não pertenciam sequer às áreas científicas a que o concurso se destinava. Valter Lemos contesta, explicando que, na altura dos factos a escola se encontrava em regime de instalação, razão pela qual o conselho científico não tinha “capacidade para abrir o concurso”. Em Dezembro último, o acórdão foi proferido mas, até agora, a Escola Superior de Tecnologia não lhe deu sequência.
Armando Ramalho, actual director, explicou ao Expresso conhecer “muito bem este caso” mas nada fez, pois aguarda ordens superiores. “Estatutariamente é a presidência do Instituto quem toma decisões de matéria contratual”, diz. Curiosamente, Armando Ramalho foi um dos professores a accionar judicialmente o IPCB a propósito do mesmo concurso. Candidato a professor coordenador da área de Engenharia Industrial contestou judicialmente o processo ainda o assunto não tinha passado do edital. “O meu processo acabaria arquivado, porque, entretanto, o próprio presidente do Instituto anulou o concurso que tinha aberto”, diz.
ROSA PEDROSO LIMA

07 dezembro, 2008

Albino Pinto Almeida, Dr.

Albino Almeida mete-se com todos!
Desta vez escolheu Alberto Gonçalves como alvo...
Parece que teve azar. Encontrou alguém do norte, carago, que lhe fez frente. Não me apetece comentar. Fica antes para vocês lerem esta resposta... Divirtam-se...

Sexta-feira, 5 de Dezembro
OS ÓRFÃOS DA CONFAP
Na crónica de há quinze dias, um texto que questionava a relevância da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) no "debate" sobre a educação enervou o respectivo presidente. Ontem, o DN publicou ao abrigo do direito de resposta uma carta do dito Albino Pinto Almeida, Dr. (é assim que, na carta, o senhor se intitula), pretensamente a desmentir- -me. Pretensamente, insisto. Na prática, Albino Pinto Almeida, Dr. não contraria uma sílaba do que escrevi, limitando-se a cobrir de predicados a "voluntária" e "abnegada" instituição e de insultos o meu "infame" e "ultrajante" artigo. Deixo alguns exemplos.
1) Escrevi, porque se infere das suas posições públicas, que a Confap "costuma opor-se à avaliação e à reprovação das criancinhas". A reacção de Albino Pinto Almeida, Dr. não passa por fazer prova do inverso, mas por sublinhar o "tom pejorativo" que utilizei.
2) Escrevi que a Confap ameaçou processar os blogues que divulgaram o financiamento que lhe é atribuído pelo ministério da Educação. Albino Pinto Almeida, Dr., que não nega a intenção de processo e confirma o financiamento, descobre no meu "tom ofensivo" uma insinuação de ilegalidade que nunca me ocorreu e, imparável, segue por aí fora, entre considerações inflamadas acerca da "negligência" do "rigor jornalístico". Acontece que não me custa imaginar a licitude dos subsídios. Já Albino Pinto Almeida, Dr. revela óbvias dificuldades em imaginar o impacto de subsídios lícitos na isenção da organização a que preside.
3) Escrevi que a Confap se esforça "por manter as criancinhas presas em 'actividades extracurriculares'" e citei o seu próprio presidente, segundo o qual as crianças "são biologicamente nossas, mas socialmente de toda a comunidade". Albino Pinto Almeida, Dr. não comenta.
4) No fundo, Albino Pinto Almeida, Dr. esclarece somente a questão do crédito que a Confap merece. Na sua orgulhosa estimativa, aquela entidade representa "19.635 pais". Não duvido da estimativa nem tenho espaço para discutir a equívoca relação dos pais com a escola. Digo apenas que haverá cerca de um milhão e meio de alunos inscritos no ensino não superior, pelos vistos quase todos órfãos.

04 dezembro, 2008

Há gente assim...

Há gente assim: ou BURRA que nem uma porta ou mal intencionada.
Aplica-se em cheio ao editorialista do Diário de Notícias a propósito da avaliação dos professores, escrita após a maior greve de sempre de um grupo profissional, quando afirma o seguinte lá para o meio do editorial, referindo-se ao Ministério da Educação (reparem no venenozinho - prejudicou pais e alunos):
"Ontem mesmo, em dia de uma greve que prejudicou pais e alunos, abriu mais uma porta, com o anúncio de que admitia prorrogar o prazo do processo de transição, aplicando-o só no próximo ano lectivo."
Ou seja, transformou o que disse Pedreira (grosso modo) "aplicando o processo simplificado para além deste ano lectivo" na frase de cima.
Se é burro recomendam-se umas Novas Oportunidades para (re)verificar os seus conhecimentos de português. Se não for mal intencionado e for apenas burro a sua avaliação já está feita: é um incompetente.
Se for mal intencionado não tem estatuto moral de pessoa quanto mais de jornalista.

02 dezembro, 2008

27 novembro, 2008

O Conselho de Escolas

O Conselho de Escolas é um orgão consultivo criado pelo ME, eleito democraticamente pelos Conselhos Executivos, com a finaldade de emitir pareceres sobre o que à educação diz respeito, entre outros deveres.
O seu presidente, Álvaro de Almeida Santos, deveria ser o porta-voz desse conselho.
Deveria, mas NÃO É.
Diz que é professor mas tenho dúvidas. Pode ser competentissimo sob o ponto de vista científico, mas isso não faz dele professor; pode estar actualizadissimo sob o ponto de vista didáctico-pedagógico, mas isso também não faz dele professor; pode ser competentissimo sob o ponto de vista de gestor de um estabelecimento de ensino, mas isso ainda não faz dele professor.
Falta-lhe algo de extremamente importante: verticalidade, carácter, honradez e dignidade.
Parece-me que lhe falta verticalidade pois como porta-voz do Conselho devia transmitir as decisões do mesmo a quem de direito, neste caso a tutela. E não o fez! As decisões de 2ª feira 17 de Novembro não foram comunicadas à ME; nem na 3ª, nem na 6ª, nem oficialmente, nunca! Porquê? Se não tivesse transpirado para o exterior a decisão do Conselho ainda hoje não se saberia! Como disse ao Correio da Manhã o conselheiro José Eduardo Lemos:

Essa deliberação não foi entregue à ministra pelo presidente Álvaro Almeida dos Santos, o que levou Lemos a exigir a sua demissão. Ontem, manteve a exigência. Lemos frisou ainda que não foi marcada nova reunião pelo presidente, que ontem esteve incontactável.

São estes os valores que um professor transmite? Não respeitar aquilo para o qual foi mandatado só porque discorda? A democracia é muito linda mas é só quando é a nosso favor?
Parece-me que lhe falta carácter pois ontem veio rapidamente para os orgão de comunicação social corroborar as afirmações falsas e distorcidas do secretário de estado Jorge Pedreira. Neste caso teve muita pressa em "andar a dar água sem caneco"! Alguém o mandatou para isso? Mais valia estar calado!
Veja-se o que diz o adesivissimo Jornal de Notícias:

"Lurdes Rodrigues explicou, anteontem, ao Conselho de Escolas (CE) a simplificação. No final, o secretário de Estado, Jorge Pedreira, sublinhou a concordância da "larguíssima maioria" dos conselheiros sobre as medidas. (...) O presidente do órgão, Álvaro dos Santos esclareceu, por comunicado, que as propostas foram "genericamente" acolhidas pelos conselheiros."

Mas quem é que lhe encomendou o sermão? E com que pressa veio a terreiro? Porque foge? (

No mesmo jornal de Notícias e pelo meio (para não se perceber tão bem a questão), diz-se:

"O CE tinha aprovado, na semana passada, uma moção que defendia a suspensão do processo. Ontem, alguns conselheiros manifestaram ao JN a sua "indignação" pelas palavras de Jorge Pedreira: nenhuma moção foi votada, nem nenhum parecer pedido, pelo que os conselheiros consideram que o CE não tomou uma posição."
Ao Correio da Manhã (link acima) "O conselheiro José Eduardo Lemos garante não ter havido "nenhuma deliberação", mantendo-se a decisão tomada no dia 17 por 30 dos 53 conselheiros, que defenderam a suspensão da avaliação."

Não me parece que tenha honradez pois traiu descaradamente a confiança nele depositada pelos seus pares do conselho. A sua primeira obrigação é para com o conselho, é para com as escolas que o elegeram. Está ali como representante das escolas do país! Não como câmara de eco das vontades e desejos do Ministério. Esquece-se do velho aforismo: "Roma não paga a traidores!" . Esquece-se que quando este ministério e governo cairem, cai com eles! Esquece-se que quando já não tiver qualquer utilidade para o ME será descartado, tout court.

Não me parece ainda que tenha dignidade. Se o tivesse, perante tudo isto, ter-se-ia já demitido! Mas não! Está ali! Firme! De pedra e cal, agarrado que nem uma lapa à rocha que o suporta. Não sabe que quando a rocha for, vai com ela!

Aplicando os critérios de avaliação da componente "Atitudes e valores" que se usam para os alunos, Álvaro de Almeida Santos tem aqui um rotundo 0 (ZERO!).

Não pode ser professor quem desrespeita estes parâmetros de vida! Pode ser tudo, mas não professor! São estes os valores que pretende transmitir aos alunos? É este o exemplo que pretende dar? Ser professor é mais do que ser cientificamente qualificado, didatica e pedagogicamente competente, dominar mil e uma teorias da psicologia da educação.

Ser professor é também, e muito, ser exemplo, ser coerente, aplicar os princípios de diz defender na sua vida e conduta!

E neste campo Álvaro de Almeida Santos falha redondamente.

Um conselho (sei que não se dá a quem não o pediu): demita-se quanto antes, se quiser (ainda) salvar a face! Seja Homem e Professor! Talvez ainda vá a tempo e lhe perdoem!

24 novembro, 2008

A professora do ano...

Até que enfim que vão deixar de chatear o Arsélio! Não deixavam o homem em paz.
Felizmente deram-lhe o lugar de presidente da APM para o consolar... e o "tacho" do CCAP (confesso que não sei o que é que ele ainda lá está a fazer, se é que alguma vez o soube!...)
Agora a "estrela da companhia" é outra:

A professora Jacinta Moreira, eleita por unanimidade, preferiu não tomar partido relativamente ao “braço-de-ferro” entre Ministério e sindicatos, quando os jornalistas lhe perguntaram de que lado estava a razão.
«Eu sou uma professora, não sou política. Cada escola é uma realidade muito concreta e tem desafios muito particulares», afirmou.

No entanto, e por estas declarações, apetece-me responder-lhe com Brecht:
"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Rico exemplo para professor do ano!

23 novembro, 2008

20 novembro, 2008

Cantas bem mas não me alegras...

Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2004
O desastre
Os dados hoje divulgados sobre as notas do aproveitamento no ensino básico e secundário em Português e Matemática são estarrecedores. Em vez de ensinarem, as escolas estão a produzir analfabetos literários e científicos. Sem Português e Matemática, que são ferramentas transversais para todos os demais saberes, não se pode ser bom em nada. A falta de educação pré-escolar digna desse nome, a elementarização do ensino básico (de onde se sai a mal saber ler e escrever e sem saber fazer quaisquer contas), a infantilização do ensino secundário, manuais escolares deficientes, pedagogias laxistas, professores incompetentes e sem a preparação adequada, ausência de uma cultura de rigor e de exigência de avaliação, o horror às reprovações, tudo isto e mais alguma coisa está a fazer do nosso ensino um escandaloso descalabro.
É precisa uma revolução. É o futuro do País que está em causa.

Pois é! Pela boca morre o peixe! Este bem podia ser a posta de resposta ao vergonhoso artigo que o autor publicou esta semana no jornal "O Público".
Agora a educação é a melhor do mundo e só não é ainda melhor porque os malvados professores a não deixam ser. Cliquem no título e vejam a quem pertence esta prosa...

Para os mais distraídos...

Reforçando uma posição pública assumida há alguns dias pela Conferência Episcopal Portuguesa faltava apenas o Conselho Nacional de Educação demonstrar o seu desacordo com o modelo de avaliação que o 1º e o "trio maravilha" pretendem impor aos professores. Já antes, em debate organizado pela SICNoticias (creio) onde participaram antigos ministros da educação, e entre eles Júlio Pedrosa, actual presidente do CNE, este tinha manifestado sérias reticências e algumas reservas quanto à posição da ministra e ao modelo proposto.
Falta para o isolamento ser total do Ministério da 5 de Outubro uma posição oficial do CNE, que não sei se a irá tomar! Mas o facto de uma voz aparecer de dentro a soar bem alto começa a ser preocupante para os inquilinos da 5 de Outubro.
O isolamento, aparentemente, ter-se-á estendido também ao presidente da república, quando este desabafa , num encolher de ombros: "Tenho pena que não me tivessem ouvido". É certo que o recado era para ambos os lados (Ministério e Sindicatos/profs), mas considerando o anterior posicionamento do presidente a apoiar a ministra esta atitude leva-me a crer que se trata antes de um tirar o tapete à ministra! Ou seja, "minha senhora, não conte comigo para lhe aparar o jogo"!
E não sei mesmo! Não sei mesmo se aquela "pretensa" gaffe de Ferreira Leite foi mesmo gaffe ou antes uma mensagem sibilina dirigida a um alvo muito certeiro... Começo a desconfiar... É que os militares também estão com alguma "comichão"...
Mas fica para registo as declarações do representante da Conferência Episcopal Portuguesa (estas "piquei-as" do Profavaliação do Ramiro - obrigado pela dica que me permitiu este comentário):
O representante da Conferência Episcopal Portuguesa no Conselho Nacional da Educação afirma que é necessário um novo modelo de avaliação de professores porque o actual é impraticável. Citado pela Rádio Renascença, o padre Querubim Silva dá razão aos professores no confronto que a ministra da educação tem com eles a propósito da avaliação de desempenho. O representante da conferência episcopal acusa o modelo de ser muito burocrático e revelar falta de critério na escolha dos avaliadores.

19 novembro, 2008

O mérito ou as aparências

Uma "estorieta" sabe-se lá quantas vezes verdade.... Própria para uma época como esta em que vivem os profs.

Um agricultor coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha esse determinado cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu e ele chamou o veterinário:
- Bem, o seu cavalo está com uma virose; é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu regressarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Alí perto, o porco escutava a conversa toda...
No dia seguinte deram o medicamento ao cavalo e foram-se embora. O porco aproximou-sedo cavalo e disse:
- Força, amigo! Levanta-te daí, senão serás sacrificado!!!
No segundo dia, deram-lhe o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! Vamos lá, eu ajudo-te alevantar... Upa! Um, dois, três!
No terceiro dia deram-lhe o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando se foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
- É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Tu venceste, Campeão!!!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou! Isto merece uma festa... para comemorar, vamos matar o porco!!!
*Reflexão:Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho e na vida também. Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso, por isso *saber viver sem ser reconhecido é uma arte ** *.

18 novembro, 2008

As notícias "esquecidas"

É isso mesmo! Uma notícia que em condições normais, em qualquer parte do mundo, faria manchete de jornal, desapareceu sem deixar qualquer rasto!
Não há EM QUALQUER JORNAL DIÁRIO DE HOJE referência à votação ocorrida na reunião do Conselho de Escolas a favor da suspensão deste modelo de avaliação dos professores. Há sim, um PACTO DE SILÊNCIO, entre os intervenientes, com particular responsabilidade para o Presidente do Conselho de Escolas, e a Ministra da Educação.
Apenas os blogues referem o ocorrido:
A educação do meu Umbigo
Educação SA
Profavaliação
entre outros!
Haverá promessa de "caixa" mais forte para breve? Ter-se-lhes-á pedido algum tempo antes de lançarem a notícia?
O presidente do Conselho de Escolas escuda-se num ridículo: "O que importa é que a educação vença". O que é que tu queres dizer, pazinho?

Por outro lado, na reunião de ontem do Partido Socialista no Largo do Rato com militantes veio ao de cima o ambiente de "tolerância" e "liberdade" que se vive dentro do Partido Socialista. Este facto teve direito a uma pequena referência relatada pelo Sol on-line:

O presidente da Pró-Ordem dos Professores, Filipe do Paulo, afirmou ter sido impedido de concluir uma intervenção quando pretendia pedir a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues.
«Aquilo que me transmitem é que esta situação só se desbloqueará com a mudança de actores no Ministério da Educação», afirmou Filipe do Paulo, acrescentando ter-se sentido «bastante condicionado» por não lhe terem permitido concluir a intervenção em que pretendia demonstrar «que a política educativa que tem sido seguida, de afrontamento a toda uma classe profissional, falha por ter falta de bom senso».
«Se este modelo de avaliação tinha boas intenções, ele acaba por falhar redondadamente porque cada vez se está a revelar mais inexequível», concluiu.

Creio também que Mário Nogueira na entrevista de ontem na TVI referiu o facto! Ninguém lhe pegou!!!??!! As perguntas ficam no ar:
Porque é que ninguém da Comunicação Social referiu estes factos?
O que estarão a encobrir?
Adenda:
Já depois de ter feito este "post" surgiu no Público on-line a seguinte notícia:

Conselho das Escolas pede à ministra que suspenda a avaliação

17 novembro, 2008

Mais uma trapalhada valteriana

Estes caramelos da 5 de Outubro não aprendem! Fazem côdea e depois surgem despachos a regovar leis (Lei nº 3/2008)! Só neste país! Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimentos de direito percebe que tal não é possível.
Depois torna-se claro que ou não sabem português (recomenda-se para os nossos desgovernantes a frequência de um curso de Novas Oportunidades acelerado) ou querem fazer de todos nós parvos!
Este estatuto do aluno já deu que falar aquando da sua passagem pela Assembleia da República! Os autistas dos deputados do PS, quais carneiros seguidistas e acríticos puseram-se a defender o indefensável! Todos viram a caldeirada que isto dava! E só agora se tornou mais visível pois este foi o momento em que o contemplado na legislação transitou para os regulamentos internos das escolas!
Enfim! Querem, mais uma vez fazer de nós burros! Toda a gente já tinha percebido esta palermice que aqui estava! Agora surgem quais iluminados com a solução milagreira! São tristes! Tristes de espírito! Falhos de consciência e competência! Arrogantes, autistas e inchados!
A notícia do Sol fica aqui em baixo (completa no link acima):

Ministra corrige regime de faltas do Estatuto de Aluno
A ministra da Educação assinou hoje um despacho, que entra em vigor segunda-feira, que «clarifica de uma vez por todas» o regime de faltas e desobriga os alunos com faltas justificadas à realização de um exame suplementar
(...)
Valter Lemos referiu que o despacho surge na sequência de várias «discrepâncias» relativamente às faltas justificadas por doença, que obrigariam os alunos à realização de um exame suplementar e mesmo à sua reprovação.
O secretário de Estado admitiu ainda que os regulamentos internos de algumas escolas «não eram claros sobre essa questão», mas garantiu que das faltas justificadas por doença não decorre «a aplicação de nenhuma medida disciplinar, sancionatória ou correctiva» tal como não «pode decorrer nenhuma reprovação do aluno, nenhuma retenção nem nenhuma exclusão».
(...)
O secretário de Estado admitiu ainda que os regulamentos internos de algumas escolas «não eram claros sobre essa questão», mas garantiu que das faltas justificadas por doença não decorre «a aplicação de nenhuma medida disciplinar, sancionatória ou correctiva» tal como não «pode decorrer nenhuma reprovação do aluno, nenhuma retenção nem nenhuma exclusão».
Para os mais distraídos ou aqueles que não saibam porventura sobre o que se fala fica um excerto do célebre artigo 22º do Estatuto do aluno! Ele é tão simples e tão clarinho que apenas é preciso perceber um pouquinho de português. SÓ NA 5 DE OUTUBRO É QUE O PORTUGUÊS É UMA COISA MUITO ESTRANHA. O outro dizia que é uma língua muito traiçoeira, mas creio não se aplicar a este caso! Ou será que há, para além de provas de Inglês Técnico feitas por fax, também o mesmo regime para o português?
Ridículo, é o mínimo que se pode dizer!
Artigo 22.º
Efeitos das faltas
2 — Sempre que um aluno, INDEPENDENTEMENTE DA NATUREZA DAS FALTAS, atinja um número total de faltas (…) deve realizar (…) UMA PROVA DE RECUPERAÇÃO, na disciplina ou disciplinas em que ultrapassou aquele limite, competindo ao conselho pedagógico fixar os termos dessa realização.
3 — Quando o aluno não obtém aprovação na prova referida no número anterior, o conselho de turma pondera a justificação ou injustificação das faltas dadas, o período lectivo e o momento em que a realização da prova ocorreu e, sendo o caso, os resultados obtidos nas restantes disciplinas, podendo determinar:
a) O cumprimento de um plano de acompanhamento especial e a consequente realização de uma nova prova;
b) A RETENÇÃO DO ALUNO inserido no âmbito da escolaridade obrigatória ou a frequentar o ensino básico, a qual consiste na sua manutenção, no ano lectivo seguinte, no mesmo ano de escolaridade que frequenta;
c) A EXCLUSÃO DO ALUNO que se encontre fora da escolaridade obrigatória, a qual consiste na impossibilidade de esse aluno frequentar, até ao final do ano lectivo em curso, a disciplina ou disciplinas em relação às quais não obteve aprovação na referida prova.

13 novembro, 2008

António José Seguro defende que o papel dos professores tem de ser valorizado

Já se sabia que AJ Seguro não morre de amores por aquela cujo nome se não pode pronunciar!
Ainda bem que vem a terreiro!
Ainda há gente que não alinha na palhaçada socretina do discurso balofo, da arrogância, da mentira, da baixeza ética e moral!
Venham mais como voçês, Seguro, Rosário Gama, Alegre e outros! Estarei convosco!
(o resto da notícia está no link do título)

Declarações ontem à noite em reunião de militantes em Lisboa
António José Seguro: "A arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda"
13.11.2008 - 10h50 PÚBLICO
O deputado socialista António José Seguro afirmou esta noite, perante uma plateia de militantes, na secção do PS de Alvalade, em Lisboa, que a “arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda”, noticiou a Rádio Renascença. Seguro, que também é presidente da Comissão Parlamentar de Educação, frisou que "o papel dos professores tem de ser valorizado".

Finalmente falou!

Já não era sem tempo!
Agora só falta os "cromos" do CCAP levantarem a tenda! O que já deviam ter feito há muito tempo! Não é Arsélio? Abre os olhos homem de Deus!

Conselho das Escolas alerta para "ambiente de tensão" e defende "entendimento" entre Ministério e sindicatos
13 de Novembro de 2008, 11:58
Lisboa, 13 Nov (Lusa) - O presidente do Conselho das Escolas alertou hoje para o mal-estar que se vive no ensino, em consequência do processo de avaliação de desempenho, sublinhando não ter memória de alguma vez se ter registado um tal "ambiente de tensão".
"Estou preocupado. Um dos factores promotores da aprendizagem é o clima que se vive e quando o clima é fortemente perturbado e boa parte do trabalho e das discussões se esgota na questão da avaliação é porque algo não está bem", alertou Álvaro Almeida dos Santos.
Em declarações à Lusa, o presidente deste órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), que representa os conselhos executivos das escolas, considerou que o modelo de avaliação de desempenho definido pela tutela tem "alguma complexidade", sendo "escasso" o tempo disponível para desenvolver todos os procedimentos necessários.
"São estes os dois principais problemas e o diagnóstico é mais ou menos comum às escolas. É um processo que consome muito tempo", criticou.
Segundo Álvaro Almeida dos Santos, "a grande maioria dos professores das escolas tem pedido a suspensão" deste modelo de avaliação de desempenho, através de moções aprovadas em assembleias-gerais, havendo ainda "alguns órgãos directivos" de estabelecimentos de ensino que, formalmente, manifestaram a mesma pretensão.
Perante este cenário, o responsável defende que "é necessário chegar a um entendimento" e encontrar uma "solução equilibrada" entre o ME e os sindicatos, uma vez que o actual clima de tensão pode pôr em causa o sucesso das aprendizagens.
"Sou professor há 25 anos e estou há dez como presidente do conselho executivo. Lembro-me de, há 17 ou 18 anos, ter havido um clima de muita tensão que teve a ver com questões ligadas à carreira docente, mas não com a dimensão actual. Com esta dimensão pública, não me lembro", alertou.


O resto da notícia está no link acima.

15 de Novembro


Há que manter a chama!
Há que manter a pressão!
Há que manter a causa!

11 novembro, 2008

Mais um que procura ver as coisas de forma correcta

Um bom texto, simples mas claro, sobre a questão do ensino. Merece destaque. É do Fernando Sobral e vem na linha de outros que já deu à estampa sobre a temática da educação. Deixo-o aqui na íntegra, retirado do Jornal de Negócios de hoje (11/11/2008).
Por curiosidade, e antes de dar a palavra e o texto ao Fernando Sobral, realço que no mesmo JN logo abaixo está um outro texto assinado por um tal Camilo Lourenço, que de educação não percebe nada (do restante não sei) mas que se arroga ao direito de quase insultar os professores chamando-lhes "maus profissionais". Este é daqueles que certamente usa óculos comprados na feira de Penafiel! E que merecia levar com "um gato morto na tabuleta, até o gato miar"!


Fernando Sobral
O castelo de Kafka
Acreditava-se que o Ministério da Educação tinha sido criado para ajudar as escolas a cumprir a sua função: ensinar os alunos. Com os anos o Ministério da Educação tornou-se num castelo de Kafka: um labirinto burocrático onde até o Minotauro se perderia. O Ministério da Educação tornou-se um monstro cuja única função é hoje tornar impossível o ensino. Pela batuta impulsiva e agreste de Maria de Lurdes Rodrigues, tornou-se no bastião da burocracia.
Entrincheirados neles, génios incompreendidos que há anos não sabem o que é dar aulas, tornaram os professores em burocratas e os alunos em cobaias. O resultado está à vista e a manifestação de mais de 100 mil professores é apenas o sinal visível do desvario ministerial reinante. A ministra não fala de ensino: discorre nervosamente sobre questões laborais, não fala da qualidade das aulas, divaga sobre estatísticas. Quando diz que 100 mil professores nas ruas servem para intimidar os que querem o sistema que impôs, esquece-se que foi só uma minoria de professores que ficou em casa para ser intimidada. O mais grave não é isso: Maria de Lurdes Rodrigues está a ser a coveira do ensino em Portugal. Porque o mais grave é a revolução silenciosa que está a matar o ensino em Portugal: cada vez é maior o número de professores (nomeadamente os mais velhos e que estavam nas escolas apenas pelo amor ao ensino) a reformar-se. Há muito que o Ministério da Educação se transformou no Ministério da Reforma Antecipada. De professores e do ensino.

10 novembro, 2008

04 novembro, 2008

Afinal de contas há democracia...

Lá para as bandas do Irão!!! Dizem que é um país do 3º mundo....
Quem diria! O parlamento destituir um ministro por falsas habilitações...

Raheb Homavandi/Reuters
O ministro tinha recusado demitir-se

Ali Kordan
Parlamento iraniano destitui ministro que falsificou o currículo

04.11.2008 - 12h02 AFP
O Parlamento iraniano adoptou hoje, por larga maioria, a moção de censura apresentada por 28 deputados contra o ministro do Interior Ali Kordan que terá falsificado o seu currículo, informou o presidente do Parlamento, Ali Larijani.


Se fosse em Portugal, país do 1º mundo, nem sei o que aconteceria...
Tenho a impressão que em Portugal já houve qualquer coisa parecida com esta, mas não me lembro de como ficou....

02 novembro, 2008

Já alguém tinha obrigação de andar a pensar nisto....

Esta piquei-a descaradamente do blog do Ramiro
Profavaliação sem dó nem piedade!
Mas é por uma boa causa! Ele compreenderá, certamente!
Mas é isto mesmo que já se pedia que alguém fizesse - um parecer jurídico a propósito deste imbróglio todo da avaliação, suas consequências, penalizações, buracos na lei, etc...
E ninguém mais iondicado para isso que os gabinetes jurídicos dos sindicatos. Afinal são ou não especialistas em direito administrativo, do trabalho e do ensino?
Já deviam ter cá fora alguns pareceres, ainda que provisórios ou qualquer coisa do género. Dessa forma o pessoal orientava-se melhor e provavelmente não haveria por aí tanto pânico com a avaliação...
Fica este parecer pedido pela iniciativa meritória de um professor.


Parecer jurídico sobre consequências da não entrega dos objectivos individuais

O texto que a seguir publico foi-me enviado por um colega que pediu um parecer jurídico a um jurista especialista em direito administrativo. Tem o valor que tem. Convinha que os serviços jurídicos dos sindicatos se pronunciassem sobre esta questão, emitindo pareceres jurídicos que sossegassem os professores. Tudo parece indicar que a única sanção para quem não quiser entregar os objectivos individuais é a não progressão na carreira. Salvo melhor opinião, é essa a única consequência a tirar da legislação.
"Exm. Colega:
Os meus cumprimentos.
Em sequência do nosso contacto por telefone no dia de ontem, e conforme o prometido, aqui vão algumas notas e dúvidas sobre o sistema de avaliação dos professores.
Como lhe referi, fui professor do Ensino Secundário durante 33 anos no antigo 7º grupo. Sou advogado há 35 anos e dedicado ao Direito Administrativo e Civil. A par de ser advogado com o meu escritório normal, sou advogado há 34 anos do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, o que me permite saber alguma coisa destas “andanças “ administrativas. Durante anos e anos, e pela profissão paralela (autorizada) que sempre tive, fui “conselheiro“ jurídico de vários Conselhos Executivos, o que também me permitiu conhecer um pouco a realidade da legislação do Ministério da Educação.
A questão que ontem lhe coloquei prende-se com a obrigatoriedade para os professores do quadro de escola não agrupada de se apresentarem à avaliação que decorre neste momento .
Penso ter consultado e, acima de tudo, interpretado a legislação conexa - E.C.D. e dec. Regulamentar 2/2008.
NÃO VEJO qualquer norma, qualquer disposição legal que OBRIGUE os profs. do Quadro a sujeitarem-se a esta Avaliação. A não ser nos casos que a própria lei exige para os fins de acesso à carreira de professor titular e progressão na carreira.
Ou seja,
NÃO VISLUMBRO – quer directa, quer indirectamente – qualquer DEVER ou OBRIGAÇÃO de se ser avaliado (para além dos casos referidos) e cujo incumprimento origine qualquer sanção ou penalidade.
Mais: curiosamente, o art. 38º do Dec. Regulamentar afirma que a não aplicação do sistema POR RAZÕES IMPUTÁVEIS AOS AVALIADORES lhes trará consequências. Aos avaliadores. NÃO AOS AVALIADOS.
Ou seja, e de uma forma expressa, a Lei estabelece consequências para os avaliadores e não para os avaliados.
Dos deveres dos professores insertos no ECD NADA CONSTA.
É certo que o art. 11º,3 do Dec.Reg estabele que “ Constitui dever do docente proceder à respectiva auto-avaliação como garantia do envolvimento activo e responsabilização no processo de avaliação…”
MAS, como consta da sua própria letra isso PRESSUPÕE que o professor se envolva no processo, ou seja, seja avaliado.
Esta disposição – que não respeita àqueles que NÃO QUEIRAM ser profs. titulares ou subir de escalão – é a única que existe (segundo me parece) em que palavras como DEVER, OBRIGAÇÃO, ou parecidas aparecem nos textos do legislador.
Também no Dec.Lei 24/84 (Estatuto Disciplinar, ainda vigente) nada existe nos deveres dos funcionários que constitua infracção disciplinar pela não sujeição a avaliação.
Como sabemos, a categoria funcional dos Professores do Ensino Básico e Secundário (bem como do Universitário) constitui um CORPO ESPECIAL dentro da função pública (como outros) e não se lhes aplica o regime geral do SIADAP.
Como o Colega melhor sabe, inúmeros professores têm manifestado a sua decisão de não se sujeitarem a ESTA avaliação.
Felizmente estou aposentado ao fim de 37 anos de função pública depois de ter sido EXTORQUIDO de vários direitos. Se fosse possível regressar SOMENTE para poder RECUSAR esta Avaliação pela sujidade que representa, acredite que voltava para reafirmar a ÚNICA riqueza que tenho: a coluna vertebral direita.
A questão que lhe coloco é, pois esta: Qual a consequência de um professor do quadro ( por exemplo do 9º escalão ) dizer e decidir NÃO QUERO SER AVALIADO POR ESTE SISTEMA ?
Já agora.
Concorda o Colega que para este ano, a avaliação respeita ao ano lectivo de 2008/2009? Ou seja: o prof. não terá direito de ser avaliado durante TODO o tempo em que presta funções docentes? Mas… já não estamos em Novembro, ? A avaliação não começa só com a fixação dos objectivos? Não existindo ainda estes, poderá a avaliação ser feita com prejuízo de dois meses ( ou mais ) de trabalho não avaliado ?
Meu caro Colega: Os meus agradecimentos pela sua amabilidade.
Mais lhe agradeço se me transmitir a opinião do V. Sindicato para poder contribuir para a informação que vários Colegas me pedem.
Com os meus melhores cumprimentos
Porto, 30 de Outubro de 2008"

Extraído do Profavaliação de Ramiro Marques:

01 novembro, 2008

Génio, Pinóquio ou fenómeno?

O texto é de António Ribeiro Ferreira (por quem não nutro qualquer simpatia, diga-se) mas que desta vez revelou um "olhar de lince". Saiu no "Correio da Manhã" de 31-10-2008.
Algo de profundamente errado se esconde por detrás daquele rosto afiveladamente simpático. Não é normal ter o ego em tão grande conta. Inchado. Centrado sobre si como se nada mais no mundo existisse. Fora dele, o caos. Não sou nem psiquiatra, nem psicólogo mas é suficientemente perceptível que algo ali não joga bem. Esta necessidade de protagonismo, de se sentir no meio do acontecimento, de ser a "estrela da companhia" chega a tocar as raias do patológico. E aquele narcisismo, meus amigos... O pedantismo e ar sobranceiro, meus caros, o que é isso?
E as mentiras, senhores... As mentiras será que são mesmo mentiras?
Será que ele tem consciência do que diz ou será a visão que tem do mundo ou o mundo que lhe dão a ver?
É complicado decidir e avaliar... E parece não ser caso único! Outros há pelo mundo fora da política, nacional e internacional que vão pelo mesmo caminho. O mimetismo é o que está a dar (veja-se o caso gritante do ministro Pedro da Silva Pereira, quase clone do 1º ministro).
Mas se calhar eles é que estão certos e a maior parte de nós é que está enganada. Enganada mas não por eles. Auto-enganamo-mos!
Pelo sim pelo não deixo um pequeno excerto de um texto de Baptista Bastos também de 31-10-2008 saído no Jornal de Negócios (o excerto não é da autoria de Baptista Bastos, mas de João Ermida, in :
Este ‘jogo’ está a minar a forma de trabalhar nas empresas, o que faz com que, nos dias de hoje, a mentira seja mais respeitada do que a verdade. Quem mente acaba por ser mais admirado. O egoísmo passou a ser a qualidade mais valorizada. A verdade é importante para ser camuflada."

Talvez aqui esteja a chave da questão. É já um estilo assumido e interiorizado. Sinais dos tempos que passam?

31 Outubro 2008 - 00h30
Fenómeno - José Sócrates acompanhou com três anos de idade as presidenciais norte-americanas
Bebés assim só em Vilar de Maçada
As palavras são do primeiro-ministro José Sócrates na extensa entrevista que concedeu no último fim-de-semana:
"Sou, digamos assim, da geração Kennedy. Essa eleição representou já um momento histórico. Lembro-me do debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente. O próprio Kennedy teve de vincar bem que nunca receberia ordens do Papa enquanto presidente dos EUA. Lembro-me bem do que isso significou."
Nos meios socialistas e não só estas palavras causaram espanto ou perplexidade. O caso não é para menos: se a biografia oficial está correcta, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa nasceu no dia 6 de Setembro de 1957 em Vilar de Maçada, concelho de Alijó, distrito de Vila Real. E John F. Kennedy foi eleito presidente dos EUA em Novembro de 1960, com uma vantagem de 112 881 votos sobre o republicano Richard Nixon. Isto é, nesse tempo José Sócrates tinha três anos de idade. Perante estes factos, há quem entenda que o primeiro-minitro é um sobredotado. Mas há quem tenha outra explicação para este facto extraordinário. A certidão de nascimento pode ter sido adulterada por alguém ou o registo ter sido feito mais tarde e Sócrates ser mais velho do que pensa.

29 outubro, 2008

Prémio "Dardos"


Foi a primeira vez. Para tudo há sempre uma primeira vez na vida. Confesso não esperava. Nem me passava pela carola. Mas a Brit com nomeou-me para o prémio Dardos, no qual «se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web”.

Quem recebe o “Prémio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. - Exibir a distinta imagem;

2. - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;

3. - Escolher quinze (15) outros blogs a que entregar o Prémio Dardos.»

Ora bem, os meus escolhidos (e sem que a ordem implique o que quer que seja), são:




Fica o agradecimento pela nomeação!

De vez em quando há justiça...

Duvido que sirva de exemplo, até porque será difícil chegar aos verdadeiros destinatários. Mas, pelo sim pelo não, fica a notícia do Diário de Aveiro de hoje, 29-10-2008.
Ovar: Mãe condenada por agredir professora
O Tribunal de Ovar condenou ontem uma florista de Arada a sete meses de prisão por agressão a uma professora da EB2,3 de Maceda


A pena foi suspensa por um ano, período durante o qual Matilde Moreira, de 44 anos, terá que pagar pelo menos metade dos quatro mil euros de indemnização reclamados pela professora de música Brites Marques, também ela arguida no processo, mas que acabou absolvida.
“A senhora teve dois anos para pensar no que tinha feito e pedir desculpa, mas não só não o fez, como não mostrou qualquer arrependimento. Um pedido de desculpas é o mínimo que esta professora merece”, afirmou no final da audiência a juíza dirigindo-se à condenada, que ainda não sabe se vai, ou não, recorrer. Matilde Moreira fica ainda impedida de participar em actividades escolares, como sejam as reuniões de pais. Na sua opinião, “o julgamento foi injusto”.
Opinião contrária tem a professora Brites Marques que espera que esta condenação sirva de lição a esta encarregada de educação e seja um exemplo para todos os pais. “Estou satisfeita porque esta sentença ajuda a limpar a imagem que foi criada à minha volta e que me deixou cicatrizes que dificilmente irão sarar”, rematou a docente.
O caso remonta a 15 de Novembro de 2006, um mês depois da professora ter repreendido um aluno de 10 anos por estar a riscar a carteira, após o que ele a terá agredido. Foi efectuado um processo de averiguações que foi arquivado, mas a mãe do aluno pretendia um pedido de desculpas. O Conselho Executivo promoveu, então, uma reunião entre a mãe e a professora. Resultado: a professora queixou-se que foi “pontapeada e mordida várias vezes”. A mãe diz que a agredida foi ela.

24 outubro, 2008

É do melhor...!!!!!

Com a devida vénia ao autor aqui fica o link:

http://castanhas-e-vinho.blogspot.com/2008/10/tirando-carga-humorstica-do-filme-no.html

Parabéns ao Touro Zentado do S. Martinho: castanhas e vinho!

21 outubro, 2008

Vale bem a pena ler

Publicado no Jornal de Negócios de hoje (21/10/2008) o articulista revela uma inegável lucidez sobre a realidade norte-americana. Talvez lhe falte um pouco mais de profundidade para abarcar o problema da decisão política (aqui Noam Chomsky revela-se imbatível, apesar de alguns já terem dado "novas do seu falecimento"). Mas, em termos culturais, Sachs coloca muito bem a questão! Mais, lança a bola para o campo educativo como responsável por este, digamos, "atraso cultural" norte-americano. Mas quem decide as políticas educativas? Precisamente os mesmos que sofrem deste deficit e detêem o poder!
A ler vivamente!

Jeffrey D. Sachs
A ameaça anti-intelectual americana
Nos últimos anos, os Estados Unidos contribuíram mais para a instabilidade mundial do que para a resolução dos problemas globais. Entre os vários exemplos contam-se a guerra no Iraque, lançada pelos EUA com base em falsas premissas, o obstrucionismo às tentativas de atenuação das alterações climáticas, uma ajuda ao desenvolvimento muito restrita e a violação de tratados internacionais, como as Convenções de Genebra.
Se bem que muitos factores tenham contribuído para as acções desestabilizadoras dos Estados Unidos, um dos principais é o anti-intelectualismo, recentemente ilustrado pela crescente popularidade de Sarah Palin, a candidata republicana à vice-presidência.
Por anti-intelectualismo entendo, particularmente, uma perspectiva anti-científica agressiva, sustentada por um desprezo perante quem adere à ciência e às suas provas. Os desafios com que se confrontam grandes nações, como os Estados Unidos, exigem uma análise rigorosa das informações, tendo como base os melhores princípios científicos.
As alterações climáticas, por exemplo, colocam terríveis ameaças ao planeta, devendo pois ser avaliadas de acordo com as normas científicas dominantes e com a capacidade evolutiva da climatologia. O processo científico mundial que dá pelo nome de Painel Inter-Governamental de Peritos sobre Alterações Climáticas (IPCC na sigla em inglês), e que foi vencedor de um Prémio Nobel, estabeleceu o critério do rigor científico para a análise das ameaças de alterações climáticas provocadas pela humanidade. Precisamos de políticos com conhecimentos científicos e adeptos do pensamento crítico baseado nas provas para traduzir estas descobertas e recomendações em programas de acção e acordos internacionais.
No entanto, nos Estados Unidos, as atitudes do presidente Bush, de republicanos influentes e agora de Sarah Palin, têm sido tudo menos científicas. A Casa Branca fez tudo o que podia durante oito anos para esconder o esmagador consenso científico de que os humanos estão a contribuir para as alterações climáticas. Tentou impedir que os cientistas do governo falassem honestamente ao público. Da mesma forma, o "The Wall Street Journal" propagou posições anti-científicas e pseudo-científicas de oposição às políticas destinadas a combater as alterações climáticas provocadas pelos seres humanos.Estas abordagens anti-científicas afectaram não só as políticas dirigidas ao clima, mas também a política externa. Os Estados Unidos lançaram a guerra contra o Iraque com base no instinto e nas convicções religiosas de Bush e não com base em provas rigorosas. Da mesma forma, Palin chamou à guerra no Iraque "uma tarefa atribuída por Deus".
Não se tratam de indivíduos isolados, ainda que poderosos, e desligados da realidade. Eles reflectem o facto de uma significativa percentagem da sociedade norte-americana, que vota recorrentemente nos republicanos, rejeitar ou simplesmente desconhecer provas científicas elementares em relação às alterações climáticas, à evolução biológica, à saúde humana e a outros domínios. Em geral, estes eleitores não rejeitam os benefícios das tecnologias resultantes da ciência moderna, mas rejeitam as provas e os conselhos dos cientistas em matéria de políticas públicas.
Os recentes dados de um inquérito levado a cabo pela Fundação Pew mostram que enquanto 58% dos democratas acredita que os seres humanos estão na origem do aquecimento global, apenas 28% dos republicanos pensa de igual modo. Da mesma forma, um inquérito realizado em 2005 revelou que 59% dos auto-proclamados republicanos conservadores rejeitava qualquer teoria da evolução, ao passo que 67% dos democratas liberais aceitava alguma versão da teoria evolucionista.Sem dúvida que alguns destes descrentes na teoria da evolução são simplesmente ignorantes em termos científicos, devendo-se isso à qualidade medíocre do ensino científico nos Estados Unidos. Mas outros são fundamentalistas bíblicos que rejeitam a ciência moderna porque estão convictos de que aquilo que a Bíblia diz é literalmente verdade. Rejeitam as provas geológicas das alterações climáticas porque rejeitam a própria ciência da geologia.
O problema que aqui está em causa não é o da religião versus ciência. Todas as grandes religiões têm tradições de intercâmbios frutuosos – e mesmo de apoio – com as investigações científicas. A Idade de Ouro do Islão, há mil anos, foi também a idade em que a ciência islâmica liderou o mundo. O Papa João Paulo II deu o seu apoio à ciência elementar da evolução e os bispos católicos romanos defendem acerrimamente a limitação do impacto do Homem sobre as alterações climáticas, com base em provas científicas. Vários cientistas eminentes, incluindo um dos maiores biólogos do mundo, E. O. Wilson, recorreram a comunidades religiosas para apoiarem o combate às alterações climáticas provocadas pelo Homem e para a protecção do ambiente e essas comunidades religiosas reagiram, por sua vez, em harmonia com a ciência.
O problema provém de um fundamentalismo agressivo que nega a ciência moderna e um anti-intelectualismo agressivo que vê os peritos e cientistas como os inimigos. São estes pontos de vista que poderão acabar por nos matar a todos. Afinal de contas, este tipo de extremismo pode levar mesmo a uma guerra, fundada na opinião perversa de que será uma guerra travada por vontade de Deus e não derivada do fracasso da política e da cooperação. Em muitas das suas declarações, Sarah Palin parece decidida a invocar Deus nos seus juízos acerca da guerra, o que constitui um sinistro presságio para o futuro no caso de ela ser eleita. Ela levará certamente muitos inimigos a recorrerem às suas próprias variedades de fundamentalismo para se vingarem dos Estados Unidos. Os extremistas de ambos os lados acabarão por pôr em risco a grande maioria dos humanos que não são extremistas nem fundamentalistas que se opõem à ciência. É difícil saber com precisão aquilo que está a provocar esta escalada do fundamentalismo em tantas regiões do mundo. Aquilo que está a acontecer nos EUA, por exemplo, não está a suceder na Europa, mas é naturalmente característico de algumas regiões do Médio Oriente e da Ásia Central.
O fundamentalismo parece emergir em épocas de importantes transformações, quando os tradicionais acordos sociais começam a ficar ameaçados.
A intensificação do fundamentalismo norte-americano moderno na política remonta à época dos direitos cívicos da década de 60 e reflecte, pelo menos parcialmente, uma reacção brutal dos brancos contra a força política e económica crescente dos não-brancos e das minorias imigrantes na sociedade norte-americana. A única esperança da humanidade é que o círculo vicioso do extremismo possa ser substituído por uma compreensão partilhada a nível global no que diz respeito aos elevados desafios em termos de alterações climáticas, fornecimento de alimentos, energia sustentável, escassez de água e pobreza. Processos científicos mundiais como o IPCC são muito importantes, porque constituem a nossa melhor esperança de conseguir alcançar um consenso com base em provas científicas.
Os Estados Unidos devem regressar ao consenso global, com base na ciência partilhada, em vez de se entrincheirarem no anti-intelectualismo. É esse o urgente desafio com que se confronta o coração da sociedade norte-americana de hoje.

19 outubro, 2008

A fotografia .... em ponto grande

Ou lá fora como cá dentro.

É isso mesmo! O que se passa neste canto é precisamente o mesmo esquema articulado noutros países da Europa - França, Itália, Espanha, etc...
São as imposições vindas sabe-se lá de onde (OCDE?) de redução de custos com a educação. Resultados ou sintomas disso: introdução de profs. generalistas, reformas antecipadas com penalizações, redução de postos de trabalho (em França 33200 desde 2007), encerramento de escolas, aumento do ritmo e tarefas de trabalho aos sobreviventes, desmantelamento da escola pública, etc...
Este fim de semana - 80 000 em manifestação em França (incluia, profs, pais, alunos e outros) - cá em Março foram 100 000 e alguém atirou fora a criança com a água do banho!
(http://www.lemonde.fr/societe/article/2008/10/18/crise-et-reformes-les-enseignants-au-premier-rang-des-mecontents_1108451_3224.html)
Itália - Greve na 6ª feira e manif com 300 000 "para protestar contra la reforma educativa que prevé la eliminación de casi 100.000 puestos de trabajo entre profesores y personal no docente, la vuelta al maestro único, además de uno de inglés, para los niños de entre 6 y 11 años y la imposición de la nota de conducta como requisito para aprobar el curso, lo que ha sublevado a estudiantes y profesores."
http://www.elpais.com/articulo/internacional/huelga/servicios/publicos/colapsa/grandes/ciudades/italianas/elppgl/20081017elpepuint_13/Tes
Os traços comuns são por demais evidentes pelo menos nestes países.
E por cá ainda há gente preocupada com grelhas, fichas e protagonismos!
Será bom que acordem antes que seja demasiado tarde. É que depois não haverá santa grelha que vos acuda!

14 outubro, 2008

Recordando o pós-entendimento

Em tempos, e não sei porquê (quiçá, inconscientemente antecipando eventos futuros) registei as declarações de António Costa no programa "Quadratura do Círculo", precisamente o primeiro em que participou aquando da substituição do Jorge "quem se mete com o PS, leva" Coelho!
E em discussão estava o rescaldo do dito cujo memorando de entendimento.
Cada um dos participantes debitou o que quis e António Costa saiu-se com o que abaixo se transcreve (e que poderá ser confirmado na gravação do programa).

António Costa:
Quer o governo quer os sindicatos precisavam deste acordo e dele rapidamente!
Porquê?
Porque o que nós verdadeiramente tivemos aqui foi algo que transcendeu o governo e transcendeu os sindicatos! Quer o governo quer os sindicatos foram apanhados de surpresa em todo este processo.
As primeiras manifestações, como todos nos recordamos, foram convocadas espontaneamente. Aquela manifestação excedeu em muito a capacidade de mobilização sindical. Os sindicatos fizeram um esforço colossal para procurar enquadrar rapidamente aquele movimento. Aquele movimento tinha uma natureza espontânea e o mal-estar que existe em muitas escolas e nos professores transcende, em muito, o que está em cima da mesa das negociações!
António Costa não é um menino de coro! Não é um menino qualquer dentro do PS! Deixou escapar isto talvez por falta de rotina neste género de programa (talvez tenha achado que o espírito desse programa era o de uma cavaqueira informal e embarcou na onda, sem querer)!
O que Costa verdadeiramente quis dizer é que governo e sindicatos tinham de arranjar um qualquer consenso para esvaziar este movimento. Ao governo porque interessava parar esta contestação porque poderia alastrar a outras áreas da função pública; aos sindicatos porque corriam o risco de se chegar à conclusão que não eram precisos para nada!
E o entendimento chegou! Prenda aqui, prenda ali, pataca a ti, pataca a mim!
Quem lerpou? Os profs que estão nas escolas! Como agora se vê!
Burocracia que nunca mais acaba!
Novo concurso para titulares para aqueles que desempenham cargos e ocupam lugares públicos e sindicalistas! (ponto 8 do memorando se não me falha a memória)!
Novas regras de concurso a caminho!
Um sistema de avaliação caótico e desigual de escola para escola!
A degradação do ambiente das escolas e da qualidade de ensino!
Eis senão quando, de novo a massa anónima das escolas se ergue outra vez! Insinua, ameaça, idealiza e planeia nova descida à rua, à capital!
Avisados, desta vez, os magníficos sindicalistas (sem ouvirem as bases, mas ouviram o trio maravilha) decretam do alto da sua prosaica verborreia que os professores voltarão à rua mas nunca no dia 15/11. Que estão ali para unir e não para dividir! (Esta então é de gritos!)!
Aí estão eles, de facto, como pontas de lança do ME, prontos a esvaziar o movimento contestatário que se ergue! Mais uma vez querem liderar um processo para o qual nada contribuiram! Querem controlar para fins que não se sabe bem quais! Nem a que agendas obedecem! De partidos? Do próprio ministério? Haverá já negócio? Terá a reunião de hoje servido apenas para limar arestas? Ainda não reuniram com os restantes elementos da dita plataforma mas já sabem que dia 15/11 não e que os profs. irão para a rua noutra data?!
Ainda não perceberam que se avançarem noutra data e for um "flop" estão a condenar de vez o sindicalismo? É isto que querem? Aonde querem chegar?

13 outubro, 2008

Um dos objectivos do ME

As declarações de uma professora recém-aposentada. (Pode ser vista na íntegra no link acima para o Jornal de Notícias). Deixo a parte final que revela um dos grandes objectivos já enunciados na "agenda oculta...". Diz esta:
Um exemplo delas é o constante ataque à classe, desmoralizando-a, desvalorizando-a à face da opinião pública (a célebre frase – “perdi os pro­fessores, ganhei a opinião pública” – vinda de uma dita socióloga que quer fazer reformas é paradigmática), infernizando-lhe a vida com burocracia e mais burocracia, querendo-lhe impor uma avaliação e um estatuto infames e mons­truosos, numa palavra fazendo-lhes a vida negra. Há que quebrar a “classe pri­vilegiada” que é a dos professores; nem que para tal se tenha de usar “querra” psicológica. E depois abrem uma porta para a saída – a reforma com 33 anos de serviço e 61 de idade… São, obviamente, os mais velhos e consequente­mente os mais caros que irão sair, desmotivados, fartos e cansados do enxo­valho psicológico, profissional e social a que foram sujeitos. São também os mais reivindicativos, aqueles que melhor conhecem o sistema e as suas falhas, aqueles que mais se opõem a esta degradação da escola e a esta pseudo-qualidade de ensino que assim são “democraticamente empurrados” para fora do sistema.

A professora recém-aposentada declara o seguinte:

Reformada há um mês, a professora não tem remorsos da decisão. "Sinto-me satisfeita e leve, dediquei muito à minha profissão, acho que fiz a minha parte e consegui deixar a minha semente em alguns alunos." Agora, vai passear, fazer desporto e começar a estudar arte. No entanto, não deixa de pensar que "a ministra vai ter a tarefa facilitada porque a maior parte dos novos professores são uma massa tenra, muito maleável e estão em condições precárias. A minha geração era mais difícil de domesticar".

E se Obama ganhar...

Se Obama ganhar não tardará muito a ser importada em força (a ideia já cá chegou e andam por aí uns arautos) esta ideia para a educação: as "charter schools" (já referi o assunto na "agenda oculta...". O excerto abaixo pode ler-se no Jornal de Negócios de hoje 13 de Outubro de 2008. Os sublinhados são meus. E chamo a particular atenção para eles.

Obama defende ainda a criação de "charter schools", com níveis adequados de financiamento inicial. As "charter schools" oferecem novas soluções ao sector público sem usar dinheiro público, adoptando princípios de mercado, como a responsabilização pelos resultados e a liberdade de escolha das famílias. Muitas vezes financiadas por fundações privadas, conseguem ter, em estados como a Califórnia, rácios de investimento por aluno mais elevados que as escolas públicas tradicionais. Têm ainda liberdade de prosseguir metas alternativas, especializando-se em Ciências ou em Matemática. Não são o item mais popular da agenda de Obama para os sindicatos de professores. Mas são uma alternativa ao único ponto de política educativa que se conhece em McCain: o famoso cheque-ensino. E Obama, num gesto de notório "bypartisanship", não repudia esse cheque.

10 outubro, 2008

Mais um que acorda...

Aos bocadinhos vão abrindo os olhos. O descalabro do ensino e a propaganda são tais que só mesmo um cego ou um socretino é que não vê! Também não esquecer que aquela da "factura" dos "Cagalhães" ser paga pelas Câmaras tá de morte! De facto só este governo para fazer habilidades destas.
Fica o texto picado do Jornal de Negócios de hoje.


Paulo Pinto Mascarenhas
O choque tecno-fácil


Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida.
1. Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida. Liberdade de escolha dos pais, em primeiro lugar; liberdade das escolas, em cooperação comunitária com os encarregados de educação; liberdade dos alunos, que nunca serão todos iguais, ao contrário do que pressupõe o governo do Partido Socialista. Só da reunião de interesses deste triângulo – pais, escolas e alunos – pode surgir a igualdade de oportunidades, que não nasce por obra e graça da planificação central do Estado, como entendem os principais responsáveis da 5 de Outubro, a começar pela ministra da Educação. Quando se acredita, como Maria de Lurdes Rodrigues afirma acreditar, que "a repetência não serve os alunos e as escolas", salta à vista todo um programa ideológico. 2. Há que reconhecer alguma coerência no percurso e no desempenho da ministra. O combate sem tréguas contra os professores em nome de um suposto interesse geral, a ausência de medidas eficazes contra a indisciplina e a preocupação estrita com os índices estatísticos do (in)sucesso escolar, são três das marcas de água do consulado de Maria de Lurdes Rodrigues. Retirando a autoridade aos professores, elemento vital para um ensino exigente, a ministra conduziu o sistema a um beco sem saída, onde o sucesso dos alunos e a avaliação das escolas são nivelados por baixo, em função de resultados viciados à partida. 3. Cereja em cima do bolo de alguma propaganda governamental é o episódio de entrega dos famosos computadores Magalhães em sucessivas cerimónias mediáticas, com a presença de mais ministros que alunos e professores. Ninguém contesta a importância de meios informáticos nas escolas do séc. XXI. Mas é evidente que os computadores não são fonte milagrosa de sucesso escolar, nem poderão substituir o papel dos professores nas escolas. São instrumentos – como o giz, a régua ou o esquadro. Os Magalhães não servem de nada se não contarem com educadores preparados técnica e pedagogicamente para os utilizarem. Eis um episódio paradigmático da nova tendência tecno-facilitista: a distribuição de computadores antecedeu a entrega dos manuais escolares, decerto mais urgentes e necessários para a prática escolar dos alunos no ano lectivo que já começou.

09 outubro, 2008

A grande evasão

Manuel António Pina! Hoje no JN. Como sempre, certeiro. E dou-me mesmo ao luxo de usar (abusivamente) o seu título.
Eis um dos objectivos em fase de cumprimento e execução que eu já tinha enunciado na "Agenda oculta da educação": São, obviamente, os mais velhos e consequente­mente os mais caros que irão sair, desmotivados, fartos e cansados do enxo­valho psicológico, profissional e social a que foram sujeitos. São também os mais reivindicativos, aqueles que melhor conhecem o sistema e as suas falhas, aqueles que mais se opõem a esta degradação da escola e a esta pseudo-qualidade de ensino que assim são “democraticamente empurrados” para fora do sistema.
Terá custado a perceber à opinião pública mas agora, perante estes factos evidentes e notórios, já não fica qualquer réstia de dúvida. Aos poucos, a "Agenda..." vai-se cumprindo...

A grande evasão


Se não ficasse na história da educação em Portugal como autora do lamentável "pastiche" de Woody Allen "Para acabar de vez com o ensino", a actual ministra teria lugar garantido aí e no Guinness por ter causado a maior debandada de que há memória de professores das escolas portuguesas. Segundo o JN de ontem, centenas de professores estão a pedir todos os meses a passagem à reforma, mesmo com enormes penalizações salariais, e esse número tem vindo a mais que duplicar de ano para ano.
Os professores falam de "desmotivação", de "frustração", de "saturação", de "desconsideração cada vez maior relativamente à profissão", de "se sentirem a mais" em escolas de cujo léxico desapareceram, como do próprio Estatuto da Carreira Docente, palavras como ensinar e aprender. Algo, convenhamos, um pouco diferente da "escola de sucesso", do "passa agora de ano e paga depois", dos milagres estatísticos e dos passarinhos a chilrear sobre que discorrem a ministra e os secretários de Estado sr. Feliz e sr. Contente. Que futuro é possível esperar de uma escola (e de um país) onde os professores se sentem a mais?

07 outubro, 2008

Encontro de contas???

Ainda e sempre a propósito do "Magalhães". Agora é a vez do Público levantar mais um bocadinho o véu (link no título acima):

O processo terá lesado o Estado em mais de cinco milhões de euros

JP Sá Couto é acusada de fraude e fuga ao IVA
Empresa que produz o computador “Magalhães” vai a tribunal

Bom! Isto é caricato e toca as raias do absurdo! Então o estado não sabia com quem andava a fazer negócio? Não brinquem comigo! E não adianta esbracejar e dizer que a dita cuja empresa ainda não foi condenada e que está inocente até prova em contrário!... Isso é areia para os olhos de papalvos!
Se está sob suspeita de defraudar o Estado então, o Estado não deveria fazer negócios com ela! Se eu tiver um contencioso com alguém meu fornecedor ou cliente em tribunal ou a caminho dele, não irei fazer mais nenhum negócio com esse alguém até o assunto se esclarecer! É do mais elementar bom senso!
Mas isso é coisa que parece não existir lá para as bandas de S. Bento...
Nem bom senso, nem moral, nem ética repúblicana ou política... Vejam-se os belos exemplos de indivíduos com processos em tribunal que se candidataram às câmaras! E venceram! É triste, mas é o povinho que temos! E o povinho que temos merece os políticos que por aí lhe aparecem a distribuir bacalhau a pataco... ou "Magalhães"

30 setembro, 2008

Precisa-se de resposta....

Muita tinta tem corrido em torno do "Magalhães". Propaganda, utilidade, pedagógico ou anti-tal, negócios escondidos, contornos pouco claros, publicidade enganosa, etc., etc., etc.
Eu, na minha modesta ignorância, limito-me apenas a fazer uma pergunta. Uma só! Simples, singela e clara como a água pura e cristalina:
Para o próximo ano lectivo também vão ser "distribuídos" "Magalhães"?
Se não forem isso significa que apenas esta geração de felizes contemplados tem direito à literacia tecnológica e informacional!
Se forem, significa que se vão gastar anualmente cerca de 200 milhões de euros nesta acção?
Quem souber que responda...

29 setembro, 2008

O Estado Providência...

Incisivo, como sempre, M. António Pina levanta aqui uma pontinha do véu sobre o famoso e generoso contributo do governo Bush de 700 mil milhões de dólares para "salvar o mercado" do seu afundamento e consequente catástrofe generalizada. Parece que afinal de contas o mercado não se regula assim tão bem...
E continuamos com aquilo que alguém, bastante antes de Mário Soares, disse que é o capitalismo actual, em particular este neo-liberal: "privatizem-se os lucros, socializam-se os prejuízos!" Nestas condições até eu serei um excelente gestor com direito a chorudas gratificações.
Mas há algo mais por detrás destes 700 mil milhões e que creio que a maior parte do pessoal não vê (e outros não querem ver, sabe-se lá porquê). E é aqui que M. António Pina entra, ao expor o negócio que se esconde com tão grande generosidade. É de crer que, sendo aprovado o dito cujo avanço dos 700 mil milhões, no final quem pagará a crise serão sempre os mesmos. E os causadores dela sairão, certamente, incólumes e salvaguardados. (No texto original sublinhei o que me parece significativo).

29 Setembro 2008

'Auto-regulação', dizem eles


Os fiéis do Deus-mercado parecem ter descoberto de repente as virtudes do Estado Social, devidamente adaptado aos valores da religião do lucro a qualquer preço, e que, em vez de apoiar os pobres, subsidia os ricos. Já tem um Papa. Chama-se Henry Paulson e cabe-lhe a duvidosa glória de ser um dos inventores do capitalismo de casino que agora bateu no fundo provocando a crise financeira que abala a Terra Prometida e arredores.
Depois de 30 anos de especulador na Wall Street, Paulson chegou a secretário do Tesouro e é dele a feliz ideia de pagar com 700 mil milhões dos contribuintes as dívidas e "activos tóxicos" acumulados por empresas falidas, acrescidos de "compensações" milionárias aos gestores que as levaram à falência, assim salvando fortunas como a sua, calculada em 500 milhões de dólares, a maior parte em acções da também falida Goldman Sachs. No Estado Providência neoliberal, quem paga quer as crises quer as soluções das crises do mercado são sempre os contribuintes. Lá como cá, chamam eles a isso (meter os lucros ao bolso e cobrar ao Estado as perdas) "auto-regulação" do mercado.
Manuel António Pina

22 setembro, 2008

E depois não digam que não foram avisados

Um pequeno texto de Fernando Sobral que, não sendo exaustivo nem profundo, toca num dos pontos fundamentais dos erros crassos da deriva neoliberal governativa e, particularmente, na acção mais destruidora de sempre de um Ministério da Educação - sob o manto diáfano da formação de cidadãos úteis à sociedade (leia-se mundo do trabalho) estão a destruir-se pessoas - leia-se seres pensantes.


Fernando Sobral (in Jornal de Negócios, 22/09/08)
Educação económica

A lei da oferta e da procura permite estabelecer a relação entre a quantidade de algo que é oferecido e a demanda que dele existe. Sentindo-se iluminados, sucessivos Governos (e com mais militância socialista, este) têm aplicado os princípios da economia de mercado à educação. O resultado é catastrófico. Como no caso do Lehman Brothers, não é já que vamos pagar a factura das más políticas de educação.

A conta chegará mais tarde. O Governo, alimentado por essa máquina que está a destruir a escola, chamada Ministério da Educação, começou por fechar escolas onde, por razões de oferta e procura, havia poucos alunos. Depois, fez das estatísticas de sucesso a base da regulação do sector da educação. A metáfora do mercado aplicou-se, depois, aos currículos e aos exames: determinando o que é ensinado, como é ensinado e onde e como é ensinado. Tudo em nome da "liberdade de escolha". Enquanto a direita propunha uma escola com disciplina e autoridade, a esquerda preferiu a escolha e a competição. Não contente, o Governo, na sua via para o socialismo educacional, vai afogando disciplinas por falta de alunos: ontem, a filosofia e o latim, hoje, a química. No fundo, em nome das leis da oferta e da procura, o Governo está a matar a capacidade de questionar dos alunos. Isto é, está a acabar-se com a oferta, com a desculpa da procura. Um dia, o país vai necessitar de se questionar. E não vai haver ninguém preparado para fazer perguntas. Só existirão pessoas capazes de debitar respostas que vêm no Magalhães.

19 setembro, 2008

Em Portugal o crime compensa!

Sinceramente, nem me apetece comentar. Apenas pergunto? Num caso destes os ganhos ilícitos vão ficar na posse dos prevaricadores mesmo depois de pagarem a dita cuja multa?
É absolutamente imoral. A multa devia era ser de igual valor, acrescida de n%. Agora percebe-se cada vez melhor porque é que o Partido Socialista não quis o projecto Cravinho contra a corrupção e os ganhos ilícitos!!! Anda muita gente a "mamar" à grande e à francesa!

Do Jornal de negócios de hoje (19/09/2008):


Dezenas de escolas e hospitais pagaram dinheiro a mais por refeições durante 10 anos. Os lucros ilícitos atingiram 172 milhões. Concurso do Casino Estoril pôs fim ao pacto. Ex-gestor denunciou cartel. Para directores, “era normal”. Leia a investigação, que revela os nomes, actos, pactos do Cartel da Cantina. ...[O Jornal de Negócios] teve acesso à acusação entregue pela Autoridade da Concorrência, que encontrou indícios nas buscas realizadas nas empresas.
A haver condenação, este é o maior cartel de sempre apanhado pela Autoridade da Concorrência. Os ganhos ilícitos avaliados para as sete fornecedoras de refeições ao Estado são quatro vezes e meia a multa que arriscam pagar.

18 setembro, 2008

Para onde vão as escolas?

Do discurso da ministra da Educação no acto de transferência para algumas autarquias das responsabilidades sobre as escolas básicas (até ao 9º ano) destaco, no meio da palha daquele discurso pseudo-político, a seguinte passagem reveladora da orientação que se seguirá no capítulo da educação e futuro das escolas:

"O Ministério da Educação mantém hoje as funções gerais de regulação, avaliação e controlo do sistema educativo, bem como de afectação dos professores e dos recursos financeiros para o funcionamento corrente das escolas.
Podemos, no entanto, imaginar facilmente um futuro em que o Ministério da Educação terá apenas funções de regulação do serviço público de Educação."
Se as básicas vão para as Câmaras Municipais, para onde vão as secundárias??
E o que vai acontecer aos professores?

Um doce a quem adivinhar!
Quem tiver pachorra para ler o discurso todo tem o link no título desta posta!

14 setembro, 2008

Não perdem uma...

A propaganda socretina não deixa escapar uma oportunidade para fazer brilhar a pandilha!
Desta vez é o DN que, pela mão de Pedro Sousa Tavares, se presta ao frete - aliás como de costume tantas e tantas vezes. Dizem propósito das colocações em Medicina:
Média da Medicina desceu
Acesso. A média dos últimos colocados em Medicina, nos sete cursos do continente, baixou este ano para 18,18 valores, o que não significou maiores facilidades.
(http://dn.sapo.pt/2008/09/14/sociedade/media_medicina_desceu.html)
Já o Portugal Diário destaca outra realidade distinta:
Medicina: notas voltaram a subir
As notas de acesso aos cursos de Medicina voltaram a subir este ano. Em 2007, alunos com média de 177,5 ainda conseguiram colocação, enquanto que este ano, o aluno com nota mais baixa a conseguir entrar num curso de medicina tinha nota de 179.
(http://diario.iol.pt/sociedade/superior-colocacoes-medicina-universidade-estudantes-mctes/990611-4071.html)

O comentário:
Num caso destes em que as entradas estão limitadas por uma fasquia o que mais interessa é o valor com que o último colocado conseguiu passar a dita cuja fasquia. E este valor é de facto o que importa e não as médias globais de todos aqueles que entraram.
Não seria de esperar ourta coisa que uma subida generalizada das notas tendo em conta o regabofe que foram os exames da 1ª fase, particularmente o de Matemática - importante para os alunos de Medicina, e que todos tinham obrigatoriamente de fazer.
A manipulação das estatística continua de forma perfeitamente descabelada. Se não for propaganda a leitura do JN, então revela um enviesamento de leitura, possivelmente enfocada por lentes pouco adequadas à função.

12 setembro, 2008

A ideia americana

Bush autoriza ataques no Paquistão sem informar Islamabad

A ideia que estes palermas fazem do mundo é mesmo esta - o mundo é o nosso quintal onde podemos fazer tudo aquilo que nos apetecer.
Se é assim que tratam os aliados, bem se podem prevenir os inimigos... Perante tais factos, tenho a sensação que neste caso o Irão até tem razão...
Depois... os terroristas são os outros.... ou será que andamos a ser há muito enganados??

09 setembro, 2008

3 em 1

Três assuntos (notícias) e um comentário. Este último é de Manuel António Pina.

Quando são aqueles que deviam fazer cumpir as decisões dos tribunais e se estão positivamente nas tintas para elas, então está tudo dito. Só cumprem as decisões sobre um qualquer maltrapilho. Quando há dinheiro e interesses assobiam para o lado.
http://diario.iol.pt/sociedade/gnr-animal-rodeio-estoi-porto/988943-4071.html

Faz lembrar a Ribeira dos milagres onde o caso/situação se arrasta há anos... Novamente a GNR e restantes autoridades assobiam para o lado...

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Leiria&Concelho=Leiria&Option=Interior&content_id=1010032

Já não é a primeira vez que alguém sai de um tribunal e por falta de transporte próprio ou público agarra o que tem mais à mão:
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1010628

A propósito do primeiro caso sugiro a leitura na integra o texto de Manuel António Pina
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina

Cada um que retire as suas conclusões!

06 setembro, 2008