21 abril, 2008

Só agora é que descobriram!!!

(JN, 21/04/2008)
Como de costume...
A informação manipulada... A verdade deturpada...A mentira instalada...Os interesses ocultos que não interessa descobrir...A teia da aranha...Os tentáculos do polvo...
Será que não lhes serve de exemplo para o futuro?
Será que vão continuar a engolir tudo quanto lhes dão a comer?
Continuarão microcéfalos?

Analistas manipulados
A Administração Bush está a ser acusada de manipular os analistas militares que comentam para os principais canais de televisão as guerras no Iraque e no Afeganistão. O jornal "The New York Times" revelou ontem que o Pentágono conseguiu infiltrar na Imprensa militares aposentados, para gerar na opinião pública uma imagem favorável à luta antiterrorista. Além disso, a maioria dos comentadores tem vínculos a empresas com contratos militares e de reconstrução nos países em guerra, coisa que os telespectadores ignoravam. A campanha de manipulação teve início antes da invasão do Iraque e previa o acesso privilegiado, por parte dos analistas, a relatórios secretos, encontros privados com altas patentes militares e viagens ao Iraque custeadas pelo Pentágono. Os comentadores, apesar de pagos pelos media, davam ainda dicas ao Governo sobre como contornar notícias mais polémicas, ou alertavam quando tinham conhecimento de reportagens em preparação.

20 abril, 2008

Reflexões - A caminho do fim do Homem livre

Repare-se no sub-título sugestivo/apelativo: controlar os filhos!! Como se esse fosse o grande desiderato dos mentores do sistema! Quando derem conta ninguém dá um passo na Conchichina que não se saiba de imediato na América.
Meditem bem para onde isto nos leva!

Media e Comunicações
Cada vez mais serviços, cada vez menos privacidade
Telemóveis vão permitir controlar os filhos


2008/04/13 12:20Redacção / PGM
Disponível para empresas, passa a estar acessível também a particulares.
Localizar, sejam carros ou pessoas, é uma das grandes inovações tecnológicas dos pequenos aparelhos que invadiram o nosso quotidiano e rapidamente se tornaram imprescindíveis, os telemóveis, refere o «Diário de Notícias».
Localização Celular é o serviço da Vodafone lançado em finais de 2000 para empresas. Basta disponibilizar um telemóvel para cada funcionário que o sistema permite localizá-lo, nomeadamente «no interior dos edifícios e zonas densamente arborizadas», anuncia a operadora.
A localização é feita através do cartão SIM, circuito impresso tipo smart card utilizado para «identificar, controlar e armazenar dados do telefone celular» e é também possível nas outras operadoras. A TMN chama-lhe Localizz e a Optimus Geo SMS. Entretanto, o sistema foi alargado aos automóveis, o que permite sempre saber onde está cada viatura.
Agora, pretende-se alargar o serviço a particulares, de forma a que seja possível a localização de pessoas, tendo o porta-voz da TMN garantido que o seu lançamento está para breve. O público-alvo são as crianças e o sistema surge como uma forma dos encarregados de educação garantirem a segurança dos menores. Esta é a versão soft, porque também se pode considerar que os pais estão a violar a privacidade dos filhos.

17 abril, 2008

Relexões

Um texto, recente, que merece atenção. Não é frequente ver um economista produzir destes pensamentos. Talvez seja por os vermos mais ligados aos números. Mas há quem veja para além deles e não se deixe iludir.

Pela liberdade
Os desafios são universais. A resposta só pode ser universal. Não há, por isso, espaço para divisões entre os que querem a liberdade.
António Neto da Silva

Vamos continuar a viver divisões ou iremos trabalhar, juntos, para defender os direitos do homem e o primado do Direito? Iremos nós atraiçoar as gerações futuras permitindo que, devido às fragilidades que nos dividem, a civilização que herdamos se desintegre e o planeta se torne inabitável?
Estamos em uma época em que há que unir e não separar; uma época de solidariedade, não de hostilidade; de cooperação, não de competição. De facto, avizinha-se um período difícil, em que teremos que voltar a lutar pelos direitos do homem, pela democracia, pela razão e pela liberdade. A humanidade, a nossa sociedade, estão mergulhadas num silêncio ensurdecedor, provocado pela manipulação dos nossos subconscientes, feita por forças que utilizam técnicas muito sofisticadas de propaganda, baseadas em estudos psicológicos e que utilizam os meios electrónicos de comunicação de massas para nos condicionarem.De facto, os cidadãos estão a perder a capacidade de utilizarem a razão para fazerem as suas escolhas. O debate das ideias está anestesiado. É por isso que somos colectivamente essenciais para a sobrevivência dos valores estruturais que formataram o século XX e que, com dificuldade, se mantêm no início deste séc. XXI. Estamos em uma encruzilhada crítica. Os desafios são universais. A resposta só pode ser universal. Não há, por isso, espaço para divisões entre os que querem a liberdade.O período de ouro que tivemos a felicidade de viver e que devemos a muitos homens e mulheres notáveis que nos precederam, está em grave risco. Identifico, como principais desafios, os seguintes:
1. O individualismo excessivo que caracteriza os dias de hoje;
2. Os fundamentalismos religiosos e os seus derivados, os terrorismos religiosos;3. O abuso de poder dos governos nas democracias, com a justificação da necessidade de defender os cidadãos face ao terrorismo, mas que pode vir a revelar-se tão mau para as sociedades livres como aquele;
4. O desaparecimento das ideologias (e a consequente convergência para estruturas equivalentes a partidos únicos);
5. A construção, em sentido unívoco, da opinião e o adormecimento consequente das consciências;6. A globalização competitiva com a ideologia dominante da eficiência e da competitividade;7. O esgotamento dos recursos naturais que sustentam a vida humana no planeta.Não esgotei os factores que tendem a destruir a liberdade. Mas são estes os principais.Vivemos numa época de perplexidade. Queixamo-nos sistematicamente da desagregação das famílias, da insegurança nas ruas e nas casas, do desrespeito pelas instituições, pelas pessoas, da falta à verdade de governos e de governados, dos escândalos envolvendo os mais altos dignitários das nações, uns baseados em verdade, outros inventados e manipulados pelos media, que destroem homens e as suas famílias, por mais honrados que sejam, para abrir caminho a outros ávidos de poder e sem escrúpulos. A opinião pública ri-se quando se fala de valores fundamentais como honestidade, caridade, dimensão de estado, da simples noção de servir os países, o mundo ou os semelhantes. Ri-se por não considerar possível haver verdade nessas intenções ou desinteresse na sua prática.
A noção de construção de um futuro comum parece ter-se desintegrado.A razão fundamental para este estado de coisas advém do facto de a última década do séc. XX e a entrada no séc. XXI se caracterizarem pelo triunfo do individualismo. É este individualismo que está a levar a sociedade para um caminho de perplexidade.
Hoje, o que quer que desejemos, o mercado fornece. A nossa vida é marcada por algo que nos está subjacente e que a publicidade permanentemente nos inculca: “tenha tudo sempre de acordo com o seu desejo”. Em consequência, a sociedade ocidental está hoje fragmentada em milhões de indivíduos.
O sentido de grupo ou de comunidade perdeu-se. Não pensamos em “nós” mas em “mim”. O “eu” é soberano. O interesse do grupo, do país, do Estado ou do planeta estão literalmente marginalizados na nossa postura. É preciso mudar e, por isso, tratarei do individualismo destrutivo, de forma mais aprofundada, no próximo artigo.
António Neto da Silva, Economista

16 abril, 2008

A agenda oculta da educação (apêndice)

No meio da discussão sobre o malfadado "entendimento" que não é acordo, o presidente do SINDEP deixou escapar (noticia no JN de 16/04/2008):

"...Carlos Chagas disse que os sindicatos estão preocupados com o "que está para vir" contratos individuais de trabalho.
O presidente do Sindep garantiu que a ideia de os docentes perderem o estatuto de funcionário público e terem vínculo directo à escola foi mencionada nas negociações sobre o ECD com a equipa ministerial. Reforma, garantiu, que o Governo gostaria de executar com alguma brevidade. "Talvez no próximo mandato".

15 abril, 2008

Até onde chega o descaramento!

A notícia não é, em si, nova. O que mais impressiona é a desfaçatez e a lentidão de actuação de quem tem (?) competência para tal! O caso já tem quase 5!!! anos e foi denunciado na devida altura! Estão à espera que prescreva, como de costume? É pior que um assalto à mão armada, em plena luz do dia. Apetece mesmo dizer: "Ao qu'isto chegou!..."

Venda de prédio em Coimbra
“Amigos dos CTT” receberam 1 milhão de euros de comissão
Por Luís Rosa
Um pagamento sem recibo de 1 milhão de euros a «Amigos dos CTT» estará relacionado com a transacção de um prédio em Coimbra que lesou os CTT em cinco milhões de euros: o prédio foi comprado por 15 milhões e vendido no mesmo dia por 20. O documento de prova foi encontrado no escritório da empresa que supostamente pagou a comissão.
Esta alienação, realizada em 20 de Março de 2003, permitiu que a empresa Demagre (cujos sócios eram duas sociedades offshore) comprasse o prédio por 14,8 milhões de euros e o revendesse no mesmo dia por 20 milhões de euros à ESAF (Espírito Santo Activos Financeiros), do Grupo Espírito Santo. Nas buscas já realizadas, os investigadores encontraram documentos com a referência «Amigos CTT – sem recibo – 1.000.000,00 Euros».
Investigação de Coimbra continua em Lisboa
Dois administradores da empresa compradora e Luís Vilar, presidente da concelhia do PS e vereador da Câmara de Coimbra desde 1998, foram constituídos arguidos pelo DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) de Coimbra, por crimes de corrupção e tráfico de influências.
Mas o facto de. entretanto, ter sido instaurado outro inquérito semelhante no DIAP de Lisboa contra a então administração dos CTT, liderada por Carlos Horta e Costa – empresa que tem sede social em Lisboa – levou a que a investigação fosse transferida para a capital.
O negócio dos edifícios já foi duramente censurado por auditorias da Inspecção-Geral de Obras Públicas e da Inspecção-Geral de Finanças. No caso de Coimbra, o prédio tinha sido avaliado em 17,7 milhões, em 2000. Quando os CTT decidiram vendê-lo, a TRAMCRONE (TCN), SA, propôs pagar 13,4 milhões. Numa semana, a administração dos CTT reviu duas vezes o preço: primeiro para 15,9 milhões de euros (em 12/12/2002) e depois para 14,8 milhões. A TCN acabou por passar os seus direitos para a Demagre.
No mesmo inquérito, existem ainda suspeitas de irregularidades na venda, em 2004, de outro edifício dos Correios, localizado na avenida da República, em Lisboa, também à TCN. Esta empresa e a Demagre tinham em comum os dois principais administradores: Júlio Macedo e Pedro Garcez.

03 abril, 2008

A agenda oculta da educação (parte IV) – O destino final


Para onde vai o sistema de ensino em Portugal? Qual o derradeiro destino? O que se pretende com tanta mudança em tão curto espaço de tempo? Não é, de facto, algo que se veja às escancaras. É todo um processo que quase diria subliminar, e do qual teremos a verdadeira percepção quando o edifício estiver quase todo terminado. Mas tente-se fazer um esboço.
Com a ideologia neste momento predominante em Portugal, na Europa e em boa parte do mundo – o neoliberalismo desenfreado, é de crer que a escola seja cada vez mais encarada como uma empresa, mais uma oportunidade de produzir mais valias, e a formação/educação/ensino seja transformada em mais uma mercadoria e como tal tratada.
As medidas tomadas (não apenas por este governo, mas também por muitos dos anteriores) visam alterar o paradigma inerente a uma escola de um estado social. Uma escola que se pretendia democrática, aberta a todos, respeitadora das idiossincrasias de todos e de cada um, dando a cada qual a oportunidade imprescindível para a sua valorização pessoal. Nem sempre os estados (em moldes genéricos e, particularmente o português) terão conseguido tal deside­rato de forma completa mas, o pouco ou muito que foi feito possibilitou a cons­trução de uma sociedade assente em valores diversos que, não submergindo a individualidade não escavacaram a noção de solidariedade.
Por força da sociedade de hiper-consumo os valores alteraram-se e nada garante que para melhor. O individualismo reina, o hedonismo e o narcisismo campeiam, o egoísmo tudo subverte. Tudo se compra e tudo se vende. As escolas não vão escapar à sanha devoradora de fazer dinheiro.
Portanto, a formação/educação vai tornar-se uma mercadoria como outra qual­quer. E o desenvolvimento de empresas ligadas ao ensino está já a dar os passos iniciais. Já existem alguns grupos. A título de exemplo: o Grupo Fomento (ligado à Opus Dei -
http://www.fomento.pt/) e o Grupo GPS (liderado pelo ex-deputado socialista António Calvete - http://www.gpssgps.pt/). Falta ape­nas alguma produção legislativa para se começarem a assenhorear das escolas públicas. Tal produção legislativa não deverá tardar muito, embora acredite que a sua concretização apenas venha a ocorrer com o início da pró­xima legislatura (2009-2013).
O sistema empresarial de ensino (que Georges Ritzer apodou de MacDonaldi­zação) reger-se-á por quatro pilares fundamentais: um programa escolar determinado centralmente pelo ministério com particular ênfase sobre a mate­mática e língua materna, decisões operacionais colocadas a nível de escola, utilização de exames como forma de avaliação das performances, formação de professores de acordo com a nova filosofia. Alguns destes princípios já estão a ser postos em execução pelo ministério como forma de preparação do terreno para o futuro.
As escolas-empresa quando entrarem no terreno colocarão em prática os prin­cípios estruturantes complementares do sistema: eficiência, rentabilidade, pre­visibilidade e controle. Como corolário deduz-se facilmente que os interesses administrativos/burocráticos e o “leitmotiv” da geração de mais valias prevale­cerão sobre os pedagógicos.
Este sistema será implantado sob duas formas – a primeira em resultado da municipalização do sistema de ensino básico e a segunda por uma espécie de “ajuste directo” entre o Ministério e as empresas a ser aplicado no secundário. Talvez neste caso não se chegue à privatização total mas a formas de conces­são, parcerias ou contratos de associação entre o Ministério e as empresas.
A primeira das formas a avançar será a municipalização do sistema, já prevista para 2008/2009. Depressa (se é que já não têm consciência disso) as Câmaras Municipais vão chegar à conclusão que não têm vocação, capacidade, meios técnicos e humanos para gerir com eficiência toda a enorme massa estrutural que lhes vai cair nos braços, com os seus problemas muito específicos e exi­gências muito próprias.
Daí a passarem a tarefa para “empresas especializadas” transferindo-lhes na totalidade (ou quase) as competências que o governo lhes delegará será um pequeno passo. E, também num futuro não muito distante vamos ver os pro­gramas curriculares (com excepção dos programas estruturantes de língua materna, matemática e língua estrangeira – inglês) serem decididos pelos gru­pos de cidadãos com interesses religiosos ou económicos ou outros. Natural­mente, nenhuma dessas empresas funcionará por “amor à causa” ou por cari­dade. O seu objectivo será a produção de mais valias – o lucro!
Como tal há que rentabilizar o sistema. Há que reduzir os custos e apresentar resultados uma vez que o financiamento do sistema será feito não apenas em função dos alunos a frequentar as escolas, mas também em função dos resul­tados que estes apresentarem por comparação aos resultados nacionais.
Essa rentabilização poderá passar por – contratação de professores em início de carreira com contratos precários (manterão alguns titulares para dar a apa­rência de garantia de qualidade – talvez assim se perceba o que a ministra quis dizer que 10% de professores titulares seriam suficientes e que os 30% do pri­meiro concurso eram uma benesse!); cobrança aos pais de “serviços extra” (ir buscar/levar a casa, lanche a meio da tarde, ensino de música, desporto, dança após o tempo lectivo), guarda dos alunos para além da hora estabele­cida, actividades em férias, etc… A escola a tempo inteiro que agora está a ser ensaiada destina-se a criar hábitos e a mentalizar a população dessa necessi­dade.
A redução do número de professores necessários é também evidente (caso do professor generalista até ao 6º ano e possível extensão até ao 9º). Repare-se que neste último caso os que vão ter preparação específica estarão a iniciar carreira, logo, “baratitos”. Creio que será possível o alargamento da escolari­dade obrigatória para os 12 anos; mas não será para o 12º ano que esse alar­gamento será feito. Ele incidirá sobre os três anos de pré-escolar, como forma de garantir a maior clientela possível para as “empresas-escola”.
No secundário o estado progressivamente irá deixar de o financiar, assim como o fará também em relação ao superior. Começarão com aumentos lentos das propinas até ao financiamento total desse ensino pelos interessados. Ou talvez embarque (mais tarde) pelo cheque-ensino e deixe de financiar de forma directa as escolas secundárias, uma vez que não estão incluídas no ensino obrigatório (da mesma forma como o ensino profissional, artístico ou especiali­zado).
Resumindo iremos ter a breve trecho escolas distintas mas padronizadas de acordo com o projecto de cada empresa-escola; um pouco como as “charter schools” americanas (às quais já começa a surgir publicidade ao conceito em Portugal); surgirão empreendimentos que aplicarão o conceito supervisionado pela mentora inicial do projecto. Procurar-se à mais, pela própria natureza do finan­ciamento deste ensino, uma eficácia baseada nas performances e não em fun­ção das necessidades (daí o ênfase na matemática e língua materna, factores de comparação e ponderação em termos globais). O Estado será apenas o supremo fiscalizador e subvencionador do sistema baseado nos resultados obtidos. E as escolas que não derem rendimento pura e simplesmente fecha­rão as portas. É a lei do mercado… Não vende, não tem resultados, não tem direito à existência!
Os prejudicados serão, em larga medida, os menos favorecidos. A excelência ficará reservada para as elites.