24 setembro, 2009

Sondagens

Surgiram nesta última semana novas sondagens que desfazem o "empate técnico" entre PS e PSD da semana anterior.
E por margens grandiosas, dignas de verdadeiro milagre de Fátima.
Não acredito nelas. Pura e simplesmente.., tout court (esta é só para mostrar que sei falar francês)! Não houve RIGOROSAMENTE NADA que fizesse alterar de forma dramática o sentido de voto. Nem a crise das escutas, nem os financiamentos e lugares comprados, nem a "perseguição" (porque se não é parece mesmo disso que se trata) ao juiz Rui Teixeira, nada... nada... nada....!
Então o que se passa? Parece-me, dentro dos meus parcos conhecimentos da matéria, que estamos perante uma desesperada "fuga para a frente" (aquela dos 40% ao PS é mesmo pedir aos militantes um esforçozinho mais para chegar à maioria absoluta - ou na realidade evitar o descalabro absoluto?).
Pelo contacto que tenho com as pessoas não vejo:
- Ninguém assumir declaradamente que vai votar P.S.(uma ou outra excepção que explicarei abaixo);
- Vi algumas mudanças do BE para CDU, do PS para PSD, do PS para o BE e mesmo da CDU para o BE e PSD. Até do PS para o PP já registei...
- Vejo um grande cepticismo e receio por parte de gente com responsabilidades no PS (as excepções que acima referi) com um desastre eleitoral e o arrastamento do desastre legislativo para as autárquicas.
- Vejo as pessoas a murmurarem baixinho: "Isto assim não pode continuar!"
A 27 à noite se saberá. Ao contrário do outro deixo os meus prognósticos antes do fim do jogo:
PS - 29-31%
PSD - 31-33%
BE - 13-14%
CDU - 10-11%
PP - 9-10%

16 setembro, 2009

Mais uma mentira de Sócrates... ou pela boca morre o peixe.

Não fui eu que dei por ela. Foi o Vitor Maganinho num comentário no blog "Jamais":

José Sócrates, justificou a sua entrada no PSD por a designação do mesmo, ser Partido SOCIAL DEMOCRATA. Isto foi, segundo o próprio em 1974 e saiu 1 ano ...depois em 1975. Engraçado é que o PPD (Partido POPULAR DEMOCRATA) que nasceu em 1974, só adoptou a designação PSD (Partido SOCIAL DEMOCRATA) em 1976 ou seja, 1 ano após a sua saída.
Corrijo a informação do Vítor - foi apenas em 1977 que o PPD alterou o nome para PSD, portanto ainda mais longe do que afirma Sócrates.


Reforma do Básico no Luxemburgo

O Luxemburgo resolveu mexer no seu ensino, particularmente no básico. Há algumas alterações que de facto me parecem extremamente necessárias e que os nossos governantes, tão céleres a copiar modelos da "estanja" deviam, no mínimo, pôr os olhos. Mas parece-me que não estão para aí virados... Ficam alguns excertos e o link para a fonte está no título. Apenas não concordo com a "teoria das competências" (talvez por não a definirem em concreto).

A escola fundamental "vem reformar uma lei que vigorou quase um século (datada de 10 de Agosto de 1912) relativa ao ensino primário e que era urgente alterar", recordou a ministra da Educação, Mady Delvaux-Stehres, aquando da aprovação da lei a 21 de Janeiro deste ano no Parlamento.
(...)
Os professores de cada ciclo irão trabalhar e colaborar no seio de equipas pedagógicas, que por sua vez, em caso de necessidade, serão ajudadas por uma equipa multi-profissional composta por especialistas (por exemplo, terapeutas em psicomotricidade, psicólogos, educadores) que irão auxiliar os alunos em dificuldade.
(...)
Outra novidade da reforma escolar prende-se com a nomeação dos professores que deixam de ser designados pelos municípios (comunas), sendo, a partir deste ano lectivo de 2009/2010, o próprio Estado a fazê-lo. O Estado pretende, assim, tornar as nomeações mais justas e equitativas, e melhor adaptadas.

13 setembro, 2009

Áquele que vocês sabem quem é...

O Fernando Pessoa/Álvaro de Campos/Fernando Pessoa lá sabiam de quem estavam a falar.

Opiário (adaptado):

É antes do ópio que a minh'alma é doente. (Acho que não!)
(...)
Esta vida de bordo há-de matar-me. (Então vai-te embora...)
São dias só de febre na cabeça (o costume...)
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me. (pudera.... tanta trapalhada)
Em paradoxo e incompetência astral (de acordo quanto à incompetência)
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida, (ai menino de ouro!...)
Onda onde o pundonor é uma descida (sempre a descer...)
(...)
É por um mecanismo de desastres, (tá claro, não?)
Uma engrenagem com volantes falsos, (a tua especialidade)
(...)
Duma vida-interior de renda e laca. (és de plástico, já sabíamos...)
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.
Ando expiando um crime numa mala, (essa é nova!)
Que um avô meu cometeu por requinte. (a culpa é sempre dos outros)
(...)
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes, (é só glamour...)
(...)
Eu, que fui sempre um mau estudante, agora (finalmente confessas...)
Não faço mais que ver o navio ir
(...)
E fui criança como toda a gente. (julgas que és mais que os outros?)
Nasci numa província portuguesa (isso é que te dói!)
E tenho conhecido gente inglesa (não me digas...)
Que diz que eu sei inglês perfeitamente. (mas técnico, claro!)
Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure, (não se pode ter tudo, não é?)
(...)
Falo com alemães, suecos e ingleses (em inglês técnico, obviamente)
E a minha mágoa de viver persiste.
(...)
Moro no rés-do-chão do pensamento (não dá para mais, pois não?!)
E ver passar a Vida faz-me tédio. Fumo. Canso. (nos aviões lembro-me eu!)
(...)
Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte. (outra vez a culpar os outros! Já cansa!)
(...)
Eu fingi que estudei engenharia. (na Universidade Independente?)
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda. (confesso que não sabia...)
Meu coração é uma avòzinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria. (são a avozinha, os reformados, os desempregados, etc...)
(...)
Volta à direita, nem eu sei para onde. (Já é hábito...)
Passo os dias no smokink-room com o conde
- Um escroque francês, conde de fim de enterro. (será o Castelo Branco?)
(...)
Não tenho personalidade alguma. (Só agora é que descobriste?)
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum. (já os vi começar por menos...)
(...)
Sou doente e fraco. (nota-se...)
O comissário de bordo é velhaco. (mas não é o único)
Viu-me co'a sueca... e o resto ele adivinha. (ai se a Câncio sabe...)
Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais. (Num é preciso...)
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo. (Se te dão muitas vezes marchas mais cedo...)
Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem, (Quem diria...?!)
(...)
Pertenço a um gênero de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa. (Mas não vai ser o teu caso, pois não?)
Tenho pensado nisto muitas vezes. (Nada como prevenir...)
(...)
Nem leio o livro à minha cabeceira. (nem esse nem outros...!)
(...)
E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte. (Por isso te controlas tanto...)
(...)
E pregassem comigo nalgum lodo. (Espera por 27 e vais ver...)
Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente. (há muito tempo que estás assim...)
(...)
Vida social por cima! Isso!
(...)
Porque isto acaba mal e há-de haver (podes ter a certeza...)
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim (promessas, mais uma...)
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver. (decide-te...)
(...)
Não terão como eu o horror à vida?
Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro! (gaba-te cesto roto...)
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição. (e se fizeres também)
Um inútil. Mas é tão justo sê-lo! (Ora aí está! Chegaste ao ponto!)
Pudesse a gente desprezar os outros (Que é que tu tens feito?)
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
(...)
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ... (os votozinhos, senhor, os votozinhos....)
Deixe-me estar aqui, nesta cadeira, (para o outro foi mau negócio...)
Até virem meter-me no caixão. (foi o que lhe aconteceu...)
(...)
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas — (Já ontem era tarde...)
E basta de comédias na minh'alma! (A quem o dizes....)

(No Canal de Suez, a bordo)
Álvaro de Campos, in "Poemas" Heterónimo de Fernando Pessoa

11 setembro, 2009

Para memória futura

Esta chegou-me por mail, mas não deixa de ser verdade:
Do Euro 2004, quem se lembra?
Eu lembro-me e lembro:
1. Quantos estádios de futebol foram construídos neste país pequeno, mas cheio de "tiques" e "manias"? 10 (dez)! Vejamos e comparemos: O anterior Euro 2000 foi organizado por 2 países, Bélgica e Holanda, bem mais ricos que Portugal, repito, 2 países bem mais ricos que Portugal, que o distribuíram por, apenas, 8 estádios, repito, 8 estádios, para uma população de 25,6 milhões de habitantes (em Portugal somos 9,8 milhões);
2. Quantos deles estão "às moscas"? 6 , isto é, 60% (Guimarães, Braga, Aveiro, Coimbra, Leiria e Algarve)! Fomos nós que decretámos que o Euro-2004 era "um desígnio nacional" e, para tal, desatámos a construir estádios habitados por moscas, onde jogam clubes que vegetam na segunda divisão ou se aguentam na primeira sem pagar aos jogadores, ao fisco e à Segurança Social? E é a nossa vontade colectiva que anda a animar uns espíritos inspirados que já por aí andam a reclamar um Mundial de Futebol ou mesmo uns Jogos Olímpicos? – Miguel Sousa Tavares no Expresso.
3. Qual a % global do desvio entre o inicialmente previsto na sua construção e os custos finais? 107%!
4. Qual o montante em contos, dessa diferença? De cerca de 30 milhões para cerca de 80 milhões, ou sejam,
mais 50 milhões de contos!
5. Quantos recursos humanos e materiais na educação, na saúde, na justiça e respectivos problemas se teriam resolvido com este valor? Saber que são muitos, melhores e prioritários é o suficiente!
6. Qual a fonte para tanto desperdício? Impostos!
7. Quem tutelava, na altura, a pasta responsável por esta ideia peregrina? Sócrates, o português!
8. Quem se recusa a baixar o ISP-Imposto sobre os Produtos Petrolíferos? Sócrates, o português!
9. Qual a % / litro cobrado pelo governo a que preside Sócrates, o português?
65%!
10. Quem está agora, a pagar a factura? Todos? Não, mas também e infelizmente aqueles que não engalanaram, com bandeirinhas, cachecóis, camisolas, calções, …, as varandas, montras, janelas, carros, carrinhas, motos, motorizadas, barcos, casas, edifícios,…, enfim, tudo quanto era sítio aquém e além terra, mar e ar ( nova dose, pronta a servir, já este ano, já este mês, já a seguir com o Euro 2008! Quem deseja, quem? Os mesmos de sempre, apesar de tudo? )!

10 setembro, 2009

E se na educação propusessem o mesmo??

Só agora é que descobriram? Ainda não viram que na educação há mais de 20 anos que temos o mesmo?
A teoria é muito linda mas tem andado muito afastada da realidade. E quem paga e sofre as consequências são, no imediato, os actores que estão no terreno; a médio/longo prazo as gerações futuras e o país.
Um "estágio" a sério no "país real" é o que os teóricos precisam. Não do ar condicionado dos gabintes.....

10 Setembro 2009 - 00h41

Pinto Monteiro: Leis feitas por teóricos
Procurador-geral da República disse que “um dos males das leis é que são feitas por teóricos”, e que vai ser proposto ao Governo que as leis sejam discutidas com quem as aplica.

09 setembro, 2009

07 setembro, 2009

Uma questão de carácter

Talvez uma das melhores peças sobre o caso TVI - esta de Mário Crespo.
A sua conclusão é deveras demolidora:
"É indiferente se a censura o favorece ou prejudica. O importante é ter em mente que, quem actua assim, não pode estar à frente de um país livre. Para Angola, Chile ou Líbia está bem. Para Portugal não serve. "
De facto, e como disse Pacheco Pereira, quem tem o poder não pode atacar de forma despudorada um orgão de comunicação: "Quando um homem poderoso emite ou diz alguma coisa ele não está meramente a dar uma opinião, está a dar uma ordem." Ao fazê-lo está de imediato a proceder a uma censura pública; promove a interferência de alguém ou a estimular a autocensura. Qualquer uma delas configura um ataque à liberdade de pensamento. E Sócrates fê-lo em público e em vários momento - no Congresso do PS e em entrevista perante as camâras de TV, apenas para citar estes dois.
Se o que a TVI veiculava era torpe, calunioso ou falso, lesivo do seu bom nome e dignidade então para o efeito existem os tribunais (ou terá julgado em causa própria?). Mas também já se viu que quando Sócrates tentou esta via não se saiu bem - para recordar também dois casos: contra António Balbino Caldeira e João Miguel Tavares.
O que é certo é que sem a TVI (e voltando a Mário Crespo) é preciso ter a consciência de que, provavelmente (...) não haveria conclusões do caso. Não as houve durante os anos em que simulacros de investigação e delongas judiciais de tacticismo jurídico-formal garantiram prolongada impunidade aos suspeitos.
E não se tente confundir estilo com conteúdo. O estilo é de cada um! Se o conteúdo for falso - tribunal com eles. Muitos contestaram o estilo procurando com isso anular o conteúdo, mas poucos se preocuparam em contestar o conteúdo ignorando o estilo. Se calhar é porque quanto ao conteúdo não têm ponta por onde lhe pegar. E isso é o que provavelmente lhes dói.

04 setembro, 2009

O PS de Sócrates é contra a liberdade

O PS de Sócrates é contra a liberdade
04.09.2009 Eduardo Cintra Torres

A decisão de censurar o Jornal Nacional de 6ª (JN6ª) foi tudo menos estúpida. O núcleo político do PS-governo mediu friamente as vantagens e os custos de tomar esta medida protofascista. E terá concluído que era pior para o PS-governo a manutenção do JN6ª do que o ónus de o ter mandado censurar. Trata-se de mais um gravíssimo atentado do PS de Sócrates contra a liberdade de informar e opinar. Talvez o mais grave. O PS já ultrapassou de longe a acção de Santana Lopes, Luís Delgado e Gomes da Silva quando afastaram a direcção do DN e Marcelo da TVI.
A linguagem de Santos Silva e do próprio Sócrates na quinta-feira sobre o assunto não engana: pelo meio da lágrimas de crocodilo, nem um nem outro fizeram qualquer menção à liberdade de imprensa. Falaram apenas dos interesses do PS e do governo. Sócrates, por uma vez, até disse uma verdade: o PS não intervinha no JN6ª. Pois não, foi por isso que varreu o noticiário do espaço público.
O PS-Governo de Sócrates não consegue coexistir com a liberdade dos outros. Criou uma central de propaganda brutal que coage os jornalistas. Intervém nas empresas de comunicação social. Legisla contra a liberdade. Fez da ERC um braço armado contra a liberdade (a condenação oficial do JN6ª pela ERC em Maio serviu de respaldo ao que aconteceu agora). Manda calar os críticos. Segundo notícias publicadas, pressiona e chantageia empresários, procura o controle político da justiça e é envolvido em escutas telefónicas. Cria blogues de assessores com acesso a arquivos suspeitos que existem apenas para destruir os críticos e os adversários políticos. Pressiona órgãos de informação. Coloca directa ou indirectamente “opiniões” e “notícias” nos órgãos de informação. Etc.
(Ler o resto no link acima)

03 setembro, 2009

Fernando Sobral - Certeiro como poucos...

Maria de Lurdes Rodrigues despede-se com uma frase que diz bem do que foi a sua actuação no ministério: "Paz com professores vai sair muito cara ao país". O que é que sairia barato: a guerra? Talvez a "Pasionaria" do PS devesse ter lido Sun Tzu: "Eu digo mais: a melhor política guerreira é conquistar um Estado intacto: uma política inferior a essa consistiria em arruiná-la". Foi isso que fez a ministra: arruinou a educação, criou um défice na relação entre o PS e os professores e não conseguiu conquistar o Estado escolar. Da sua acção restam ruínas. Esse foi o resultado da guerra que sairá muito cara ao País, depois de Lurdes Rodrigues ter equiparado os professores a talibãs. O exército convencional do Estado não conseguiu vencer, nem convencer, a guerrilha escolar. Mas este é o reflexo do Estado da actualidade: um poder que faz a guerra aos portugueses. O Estado deixou de tratar os portugueses como cidadãos: passou-lhes um atestado de simples contribuintes. Essa guerra perversa travada pelo Estado reflecte-se na questão a que PS e PSD ainda não responderam: quem vai pagar o mais, ou menos, Estado? Os contribuintes, é claro. O que sai caro neste País é o Estado, de acordo com a OCDE, tributar 36,6 cêntimos por cada euro de riqueza criado em Portugal. E distribuir uma ridícula média (repita-se: média!) de duzentos e poucos euros de reforma em certos distritos de Portugal. O que sai caro é este Estado que se entretém em guerras suicidas como a da ministra e não procura a paz com os seus cidadãos

Fim de tréguas

É verdade. Fim de tréguas...
Dei-me descanso de uns tempos... Estava cansado! E muito. Precisava de fazer um "break" antes que "breakasse" de vez. "E prontos"! Tudo em ordem de novo!
Leitmotiv para os tempos mais próximos: "VAMOS TIRÁ-LO DE LÁ!"