05 abril, 2007

O estranho caso do "Dossier Sócrates" - IV

Definitivamente a "coisa" está a ficar complicada para o "nosso" primeiro. Finalmente a comunicação social começou a dar relevo à investigação levada a cabo por António Balbino Caldeira. Esta, exposta no Do Portugal Profundo (http://doportugalprofundo.blogspot.com/) há longa data (desde 22/02/2005), põe a nú as fraquezas de Sócrates e, no fundo, as de muitos outros que são o apelo irresistível do "título e do canudo". Uma coisa é certa: não se trata de denúncia anónima (o dito blogue está e esteve desde sempre devidamente identificado) e não são simples boatos (a investigação apoia-se em factos inúmeras vezes contraditórios entre si). Mais, as tentativas de explicação que de quando em quando surgem por parte de quem tinha por obrigação apresentar os esclarecimentos necessários ao desfazer das dúvidas enunciadas ainda acaba por contribuir ainda mais para "atolar" a situação, o que conduz à inevitável certeza de que algo não está bem! Parece que no "pântano" avistado por Guterres se enterrou Sócrates.
Há coisas que de facto não fazem sentido. E a primeira é a célebre frase do ex-reitor da Universidade Independente: "foi tudo para o maneta". Numa Universidade/Empresa que se pretendia credível no meio, não deixa de ser estranho. Depois as constantes alterações do currículo do "nosso" primeiro no site oficial do Governo. Caramba, no site oficial, repito. Não é nos sites do "Jaquim das Hortas" ou do "Zé dos Anzóis". Depois, depois vem tudo o resto e que já se conhece. Mas o que é verdadeiramente importante para nós (e para além do que se passa em termos de negócios na Universidade Independente que é caso de polícia) é o perfil dos políticos que temos e da sua "entourage". Perfil político, psicológico, pessoal, ético e moral. Como diz o Paulo Guinote num comentário no seu blogue "A Educação do meu umbigo" (http://educar.wordpress.com/2007/04/02/a-ervilha-que-perturba-o-sono/)
A questão é se queremos um PM que embeleza a verdade, oculta informação e, em última instância, entra em esquemas estranhos no seu trajecto pessoal e depois tenta uma manobra canhestra de cover-up. Se o faz isso em relação a uma treta de currículo que nem necessário é para ser PM, como será com coisas mais importantes.
Agora o "nosso" primeiro promete aparecer na TV a explicar esta e outras questões na próxima semana. Está à espera de quê? Arranjar novos subterfúgios? Lançar as culpas para cima da Universidade Independente? Que Mariano Gago lhe descalce a bota? Arranjar o processo completo e sem mácula? Que Cavaco lhe diga o que fazer? Ou anunciar a demissão? E a indigitação de novo primeiro (já há quem fale e se fale no António Costa!)? Reconhecer o erro?
Será melhor aguardar por cenas dos próximos capítulos. Até lá não lhe irão certamente facilitar a vida - os blogues e alguma comunicação social. É que alguma desta já começou a acordar e a perceber que o "nosso" primeiro pretende "disciplinar" a actividade da comunicação. E parece que não estão de acordo. Até lá, aguardemos....

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