22 junho, 2007

Precisamente....

Mais uma vez Manuel António Pina revela-se certeiro nas suas constatações. Os números não deixam margem de manobras, nem mentem. A realidade aí está exposta nua e crua, e também não engana. Os beneficiados continuam a ser sempre os mesmos. Os responsáveis dos últimos 30 anos todos sabemos quem são...
Só este povo, infelizmente, ainda não abriu os olhos...
E não será este nem outros governos iguais a este que lhos irão abrir. Não convém, não interessa....
Por isso é que a educação no nosso país está como está...
Por isso mesmo é que estamos como estamos...
Por isso mesmo é que nos governa quem nos desgoverna...

A lei da Selva
Manuel António Pina

Almeida Garrett perguntava-se no século XIX quantos pobres seriam necessários para fazer um rico. Em Portugal, no século XXI, a resposta é 10. De facto, para que a situação económica em Portugal seja hoje "boa" para uns poucos ("bastante boa" para 8%, "muito boa" para 2% e decerto "muitíssimo boa" para a meia dúzia do costume), é "má" ou "muito má" para 90% dos portugueses. Os números são do Eurobarómetro, agora divulgado em Bruxelas, onde Portugal surge na cauda da Europa quanto à satisfação dos cidadãos com a situação económica. A jangada de pedra portuguesa vai à deriva a caminho do Terceiro Mundo e a responsabilidade não é de ventos e marés, é da marinhagem neo-liberal que nos tem conduzido. Os últimos governos de Portugal (o seu a seu dono do PS, do PSD e do CDS, todos "sociais" ou "socialistas" de nome) são os recordistas europeus da produção de pobres cada vez mais pobres e ricos cada vez mais ricos. E a coisa não ficará por aqui. Em 2008, iremos ter os piores aumentos salariais entre os países da OCDE. Um aumento real de apenas 0,2%, enquanto no resto da UE os aumentos vão ser de 1,4%. E os desempregados serão 7,1%, contra 6,6% na UE. O problema da desigualdade em Portugal já não é económico ou financeiro, é moral.

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