15 abril, 2008

Até onde chega o descaramento!

A notícia não é, em si, nova. O que mais impressiona é a desfaçatez e a lentidão de actuação de quem tem (?) competência para tal! O caso já tem quase 5!!! anos e foi denunciado na devida altura! Estão à espera que prescreva, como de costume? É pior que um assalto à mão armada, em plena luz do dia. Apetece mesmo dizer: "Ao qu'isto chegou!..."

Venda de prédio em Coimbra
“Amigos dos CTT” receberam 1 milhão de euros de comissão
Por Luís Rosa
Um pagamento sem recibo de 1 milhão de euros a «Amigos dos CTT» estará relacionado com a transacção de um prédio em Coimbra que lesou os CTT em cinco milhões de euros: o prédio foi comprado por 15 milhões e vendido no mesmo dia por 20. O documento de prova foi encontrado no escritório da empresa que supostamente pagou a comissão.
Esta alienação, realizada em 20 de Março de 2003, permitiu que a empresa Demagre (cujos sócios eram duas sociedades offshore) comprasse o prédio por 14,8 milhões de euros e o revendesse no mesmo dia por 20 milhões de euros à ESAF (Espírito Santo Activos Financeiros), do Grupo Espírito Santo. Nas buscas já realizadas, os investigadores encontraram documentos com a referência «Amigos CTT – sem recibo – 1.000.000,00 Euros».
Investigação de Coimbra continua em Lisboa
Dois administradores da empresa compradora e Luís Vilar, presidente da concelhia do PS e vereador da Câmara de Coimbra desde 1998, foram constituídos arguidos pelo DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) de Coimbra, por crimes de corrupção e tráfico de influências.
Mas o facto de. entretanto, ter sido instaurado outro inquérito semelhante no DIAP de Lisboa contra a então administração dos CTT, liderada por Carlos Horta e Costa – empresa que tem sede social em Lisboa – levou a que a investigação fosse transferida para a capital.
O negócio dos edifícios já foi duramente censurado por auditorias da Inspecção-Geral de Obras Públicas e da Inspecção-Geral de Finanças. No caso de Coimbra, o prédio tinha sido avaliado em 17,7 milhões, em 2000. Quando os CTT decidiram vendê-lo, a TRAMCRONE (TCN), SA, propôs pagar 13,4 milhões. Numa semana, a administração dos CTT reviu duas vezes o preço: primeiro para 15,9 milhões de euros (em 12/12/2002) e depois para 14,8 milhões. A TCN acabou por passar os seus direitos para a Demagre.
No mesmo inquérito, existem ainda suspeitas de irregularidades na venda, em 2004, de outro edifício dos Correios, localizado na avenida da República, em Lisboa, também à TCN. Esta empresa e a Demagre tinham em comum os dois principais administradores: Júlio Macedo e Pedro Garcez.

Sem comentários: