Do Correio da Manhã datado de 20-03-2007
Antigo ministro das Finanças e professor catedrático convidado do ISEG, Eduardo Catroga vai aposentar-se no mês de Abril com uma pensão mensal de 9693,54 euros, de acordo com a listagem publicada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) para o próximo mês. Em conversa com o Correio da Manhã, o economista explicou que o valor é a soma das pensões a que tem direito pelos seus descontos como funcionário público e como trabalhador privado.
“Tenho uma carreira de vinte anos como funcionário público e de quarenta como funcionário privado”, explicou o ex-ministro, que prometeu e cumpriu a retoma económica portuguesa nos anos de 1990, adiantando que contribuiu tanto para o regime geral da Segurança Social como para a CGA.“Fiz em paralelo as duas carreiras e agora, por questões de simplicidade e por ser mais prático, as duas pensões são unificadas numa única prestação”, revelou o antigo ministro das Finanças. A pensão é paga pela CGA que “posteriormente é ressarcida da componente privada” pelo regime geral.Professor catedrático no ISEG e administrador de várias empresas, Catroga escusou-se porém a revelar se se vai retirar da vida activa no próximo mês.Apesar de ser o valor mais alto da lista dos aposentados e reformados cuja pensão é paga pela CGA a partir do mês de Abril, a reforma de Catroga não é a única a ultrapassar o limite dos 12 salários mínimos nacionais (4836 euros) impostos no sector privado. Na lista de Abril há mais oito pessoas com pensões acima daquele tecto, além de mais 14 pensões superiores a quatro mil euros e várias outras que ultrapassam os três mil e dois mil euros mensais que contrastam com outras prestações que pouco passam dos 200 euros/mês. As pensões mais altas são auferidas por professores catedráticos, médicos, juízes e controladores de tráfego aéreo. Já as reformas de menor valor são atribuídas a pessoal auxiliar.No ano passado, quando limitou as pensões do sector privado a 12 salários mínimos nacionais, o Ministério das Finanças prometeu fazer o mesmo em relação às reformas da Caixa geral de Aposentações já a partir deste ano. Mas as listas da CGA publicadas até aqui ainda não respeitam esse limite.
PERFIL
Eduardo de Almeida Catroga nasceu em São Miguel de Rio Torto, concelho de Abrantes, a 14 de Novembro de 1942. Licenciou-se em Economia, em 1966, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, tendo recebido o prémio Alfredo da Silva por ter sido o melhor do seu curso. Iniciou a carreira profissional em 1967 como consultor do Ministério das Finanças, mas no ano seguinte transitou para a Companhia de União Fabril, onde se manteve até 1974. Foi vice-presidente da Quimigal e da Sapec e administrador da Cel Cat, da Bp Portuguesa e da Finantia - Sociedade de Investimentos antes de se tornar ministro das Finanças do XII Governo Constitucional, liderado por Cavaco Silva. Actualmente é presidente da Sapec Portugal e vice-presidente da Nutrinveste além de professor catedrático no ISEG.
Só trabalhando no privado isto é possível: Trabalhar na Sapec, Nutrinveste e dar aulas no ISEG. É espantosa a versatilidadc desta gente. Não sei como fazem para o dia ter mais de 24 horas. Se eu, trabalhador da função pública, pretendesse acumular serviço extra (nem que fosse abrir uma lojeca, ou quisesse fazer uns biscatos de limpezas) de forma oficial, teria não só de pedir autorização à hierarquia, como demonstrar que tal não era incompatível om o meu horário de funcionário.
No caso de Catroga não deve ter havido problemas. Ou trabalhou no privado 40 anos e de seguida 20 na função pública (ficaram 5 anos para fazer todas as aprendizagens desde o nascimento) ou então nunca cumpriu as 35 horas semanais na função pública! ou as 40 no privado! no tempo em que acumulou em simultâneo. Convenhamos que há coisas esquisitas, isto para não falar no tal tecto máximo de 12 salários mínimos para as reformas, que pelos vistos não é para cumprir. Coisas....
4 comentários:
Sou capaz de não ter percebido bem: a pensão dos 40 anos no privado é paga pela CGA? Para simplificar, diz ele? E um dia (quem sabe) as empresas pagarão esses montantes ao Estado? Ah, 'tá!
que vergonha! que indignação e revolta estas "coisas" e esta "gentinha pequena de fato e gravata" nos provocam. Que pena não termos uma gente corajosa e a quem pudessemos pagar para "restituir alguma justiça" a estas situações...
O mesmo homem que no passado mês disse: "Portugal perdeu uma «oportunidade histórica» de reduzir salários..."
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