Fica o texto picado do Jornal de Negócios de hoje.
Paulo Pinto Mascarenhas
O choque tecno-fácil
Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida.
1. Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida. Liberdade de escolha dos pais, em primeiro lugar; liberdade das escolas, em cooperação comunitária com os encarregados de educação; liberdade dos alunos, que nunca serão todos iguais, ao contrário do que pressupõe o governo do Partido Socialista. Só da reunião de interesses deste triângulo – pais, escolas e alunos – pode surgir a igualdade de oportunidades, que não nasce por obra e graça da planificação central do Estado, como entendem os principais responsáveis da 5 de Outubro, a começar pela ministra da Educação. Quando se acredita, como Maria de Lurdes Rodrigues afirma acreditar, que "a repetência não serve os alunos e as escolas", salta à vista todo um programa ideológico. 2. Há que reconhecer alguma coerência no percurso e no desempenho da ministra. O combate sem tréguas contra os professores em nome de um suposto interesse geral, a ausência de medidas eficazes contra a indisciplina e a preocupação estrita com os índices estatísticos do (in)sucesso escolar, são três das marcas de água do consulado de Maria de Lurdes Rodrigues. Retirando a autoridade aos professores, elemento vital para um ensino exigente, a ministra conduziu o sistema a um beco sem saída, onde o sucesso dos alunos e a avaliação das escolas são nivelados por baixo, em função de resultados viciados à partida. 3. Cereja em cima do bolo de alguma propaganda governamental é o episódio de entrega dos famosos computadores Magalhães em sucessivas cerimónias mediáticas, com a presença de mais ministros que alunos e professores. Ninguém contesta a importância de meios informáticos nas escolas do séc. XXI. Mas é evidente que os computadores não são fonte milagrosa de sucesso escolar, nem poderão substituir o papel dos professores nas escolas. São instrumentos – como o giz, a régua ou o esquadro. Os Magalhães não servem de nada se não contarem com educadores preparados técnica e pedagogicamente para os utilizarem. Eis um episódio paradigmático da nova tendência tecno-facilitista: a distribuição de computadores antecedeu a entrega dos manuais escolares, decerto mais urgentes e necessários para a prática escolar dos alunos no ano lectivo que já começou.
Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida.
1. Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida. Liberdade de escolha dos pais, em primeiro lugar; liberdade das escolas, em cooperação comunitária com os encarregados de educação; liberdade dos alunos, que nunca serão todos iguais, ao contrário do que pressupõe o governo do Partido Socialista. Só da reunião de interesses deste triângulo – pais, escolas e alunos – pode surgir a igualdade de oportunidades, que não nasce por obra e graça da planificação central do Estado, como entendem os principais responsáveis da 5 de Outubro, a começar pela ministra da Educação. Quando se acredita, como Maria de Lurdes Rodrigues afirma acreditar, que "a repetência não serve os alunos e as escolas", salta à vista todo um programa ideológico. 2. Há que reconhecer alguma coerência no percurso e no desempenho da ministra. O combate sem tréguas contra os professores em nome de um suposto interesse geral, a ausência de medidas eficazes contra a indisciplina e a preocupação estrita com os índices estatísticos do (in)sucesso escolar, são três das marcas de água do consulado de Maria de Lurdes Rodrigues. Retirando a autoridade aos professores, elemento vital para um ensino exigente, a ministra conduziu o sistema a um beco sem saída, onde o sucesso dos alunos e a avaliação das escolas são nivelados por baixo, em função de resultados viciados à partida. 3. Cereja em cima do bolo de alguma propaganda governamental é o episódio de entrega dos famosos computadores Magalhães em sucessivas cerimónias mediáticas, com a presença de mais ministros que alunos e professores. Ninguém contesta a importância de meios informáticos nas escolas do séc. XXI. Mas é evidente que os computadores não são fonte milagrosa de sucesso escolar, nem poderão substituir o papel dos professores nas escolas. São instrumentos – como o giz, a régua ou o esquadro. Os Magalhães não servem de nada se não contarem com educadores preparados técnica e pedagogicamente para os utilizarem. Eis um episódio paradigmático da nova tendência tecno-facilitista: a distribuição de computadores antecedeu a entrega dos manuais escolares, decerto mais urgentes e necessários para a prática escolar dos alunos no ano lectivo que já começou.
2 comentários:
Cagalhães? Acho que é um nome adequado para este computador depois de tanta propagando para tótós!
As belas-adormecidas parece que estão a acordar do longo sono a que se submeteram ou foram submetidas. De facto, só quem tem estado a dormir é que ainda não percebeu a coisa.
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