De facto e de espanto em espanto a política portuguesa segue impávida e serena o seu curso habitual, com as suas também habituais interferências e relações no mínimo passíveis de serem consideradas perigosas.
A lista apresentada para a Câmara de Lisboa pelo Partido Socialista e respectivo cabeça de cartaz António Costa (o ex-ministro, ex-deputado europeu) apresenta como seu lugar tenente (braço direito ou vice-presidente) uma figura de quem o emproado Hannibal Lecter do PS (também reconhecido por Manuel Maria Carrilho, ex-candidato à Câmara de Lisboa, ex-ministro do governo Guterres e deputado quando disponível) já disse o que Maomé não disse do toucinho:
"Este almoço foi todavia, para minha inteira surpresa e, devo dizer, não menor perplexidade, precedido de vários recados, de proveniência muito diversa mas de conteúdo sempre idêntico - O Salgado quer ser vereador. A minha perplexidade decorria de eu saber que Manuel Salgado tinha muitos projectos em curso na cidade de Lisboa, o que configurava uma situação de óbvio, e perturbante, conflito de interesses. Foi isto, de resto, depois de ele me confirmar o seu desejo de integrar a minha equipa, que eu lhe disse com toda a frontalidade. Ele reconheceu que havia dificuldades, mas que juridicamente havia soluções, que se podia pensar num blind trustee para dirigir o seu atelier. Tudo me pareceu pouco claro, pelo que ficámos de pensar melhor no assunto - mas eu fiquei muito preocupado, não só juridicamente mas também eticamente, com os contornos desta inesperada situação."
in Manuel Maria Carrilho, SOB O SIGNO DA VERDADE, D. Quixote, página 53.
Ora bem! Isto só pode significar que existe muita coisa por detrás de tão referenciada figura! A insistÊncia por um lugar na CML aponta para a continuidade de ligações muito esquisitas. Muita promiscuidade entre interesses privados (se calhar) e o interesse dos lisboetas (neste caso). Resumindo, uma vitória de Costa significa tão só a continuação de "mais do mesmo".
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