14 setembro, 2008

Não perdem uma...

A propaganda socretina não deixa escapar uma oportunidade para fazer brilhar a pandilha!
Desta vez é o DN que, pela mão de Pedro Sousa Tavares, se presta ao frete - aliás como de costume tantas e tantas vezes. Dizem propósito das colocações em Medicina:
Média da Medicina desceu
Acesso. A média dos últimos colocados em Medicina, nos sete cursos do continente, baixou este ano para 18,18 valores, o que não significou maiores facilidades.
(http://dn.sapo.pt/2008/09/14/sociedade/media_medicina_desceu.html)
Já o Portugal Diário destaca outra realidade distinta:
Medicina: notas voltaram a subir
As notas de acesso aos cursos de Medicina voltaram a subir este ano. Em 2007, alunos com média de 177,5 ainda conseguiram colocação, enquanto que este ano, o aluno com nota mais baixa a conseguir entrar num curso de medicina tinha nota de 179.
(http://diario.iol.pt/sociedade/superior-colocacoes-medicina-universidade-estudantes-mctes/990611-4071.html)

O comentário:
Num caso destes em que as entradas estão limitadas por uma fasquia o que mais interessa é o valor com que o último colocado conseguiu passar a dita cuja fasquia. E este valor é de facto o que importa e não as médias globais de todos aqueles que entraram.
Não seria de esperar ourta coisa que uma subida generalizada das notas tendo em conta o regabofe que foram os exames da 1ª fase, particularmente o de Matemática - importante para os alunos de Medicina, e que todos tinham obrigatoriamente de fazer.
A manipulação das estatística continua de forma perfeitamente descabelada. Se não for propaganda a leitura do JN, então revela um enviesamento de leitura, possivelmente enfocada por lentes pouco adequadas à função.

3 comentários:

Anónimo disse...

O autor acha que é "enviesamento de leitura" constatar que, em quatro dos sete cursos de Medicina, a nota de entrada baixou significativamente (daí a média global mais baixa), mas já considera correcto dizer-se que a nota de entrada subiu, tendo apenas por base o ingresso num curso preparatório dos Açores. A moral, de facto, é um conceito muito variável. E adaptável conforme nos dá jeito, não é?

touaki disse...

Só quem não percebe a mecanica do concurso de acesso a Medicina (e outros cursos da Universidade pública) é que pode dizer tanta asneira. Aliás é típico de muito boa gente.
No caso vertente (curso de Medicina) o que é deveras importante é a nota do último que entrou nas vagas disponíveis a nível nacional e independentemente das faculdades A, B ou C.
Os candidatos podem concorrer a 6 faculdades! (6!) e vão entrando as melhores notas nas primeiras prioridades, escoando a listagem de vagas! O total de vagas em 2007 foi de 1400 e em 2008 esse número subiu para 1614. Em 2007 o último a entrar fê-lo com 177,5 e este ano, com mais vagas, esse valor subiu para 179. Se houvesse o mesmo número de vagas que no ano transacto certamente que o valor da última entrada seria bem mais alto.
Quanto à moral! Creio que este governo, políticos, apaniguados e acompanhantes serão os últimos a poder falar dela! Quem tanto distorce os números para justificar o injustificável...
E repare-se! Não se culpa o governo por as médias serem altas. A ter culpa só a terá na medida em que é muito fraco a combater o lobbie da Ordem dos médicos e não abre mais vagas em medicina (que era possível). Se o fizesse talvez não vissemos tantos a caminhar para as Universidades espanholas!

touaki disse...

Apenas para completar o comentário anterior.
Outro erro em que o jornalista do DN incorre é o de falar em média dos últimos colocados em medicina. Essa dita "média" não diz nada! PAra avaliar a média real era necessário conhecer todas as notas de entrada nas diversas faculdedes de per si e totais. Tenho a impressão que seria facilmente visível o aumento do seu valor. Só como exemplo, caricato diga-se, imaginemos que uma faculdade tinha 100 vagas: as primeiras 99 foram preenchidas com alunos de média de 199 (19.9); o 100º entrou com média de 160 (16,0). Diria o jornalista que a média baixou?