25 agosto, 2007

Dá-lhes Pacheco.... e com força!....

Uma das peregrinações no regresso foi passar pelo "Abrupto" de Pacheco Pereira. E esta ficou na retina. O homem tem carradas de razão. Estes novos ricos, ignorantes e umbiguistas, egoístas até ao tutano e transpirando estupidez por todos os poros, revelam aquilo que são - gente rasca que se está nas tintas para os outros, sem pinga nem ponta de solidariedade. Que um grande furacão os leve para a próxima e para bem longe. Mas vamos então ao que diz Pacheco Pereira:

COISAS DA SÁBADO: OS PORTUGUESES E O MEDO
Um tufão, um ciclone, um furacão mete medo, mas convém colocar as coisas em proporção. É um espectáculo incómodo, ouvir as declarações transidas de medo dos turistas portugueses que foram para as Caraíbas e sabem (se não sabem deviam saber) que foram para lá no início da época das tempestades tropicais. É que a República Dominicana, a Jamaica, Cuba e o México não são só mojitos, gins tónicos e praias. Sabem (e se não sabem deveriam saber) que quem paga o preço destas tempestades são os autóctones, os mais pobres e deserdados, que vivem em condições de miséria e que não têm qualquer defesa face a um furacão. Que eu saiba não é comum um furacão levar pelos ares qualquer hotel de turismo, nem as águas entrarem pelo quinto piso do bar. Claro que há incómodos, não há luz e água, tem que se ir para abrigos. Mas esses incómodos vêm no pacote de férias em sítios destes.
Acabem pois com a lamúria que é muitas vezes apenas desprezo pelas vítimas, como acontece em noticiários que abrem e fecham com os pobres turistas refugiados nos quartos de banho do hotel e se esquecem das centenas de vítimas cá fora, nos bairros pobres, nas aldeias de pescadores, nas favelas dependuradas num declive. Que maçada, pode ser que amanhã falte uma criada que desapareceu ou perdeu os filhos numa enxurrada!
Ganda Pacheco!

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