30-06-2008 - 17:46h
Saúde: privados são melhores graças ao financiamento do Estado
Relatório do Observatório Português dá conta da melhor qualidade dos serviços privados e do pouco investimento no sector público
As conclusões do Relatório de Primavera 2008 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, apresentado esta segunda-feira em Lisboa, apontam para uma «maior qualidade» dos serviços de saúde privados, possibilitada pelo financiamento «quase na sua totalidade» por parte do Estado, refere a Lusa.
«O sistema privado de saúde em Portugal continua, quase na sua totalidade, apenas a ser viável se financiado pelo Estado», pode ler-se no relatório. O problema, «porque os recursos são escassos», acaba por ser a consequência directa deste facto, pois o Estado acaba por «não investir no sector público».
«A geometria dos sectores público e privado está a alterar-se de uma forma significativa. A oferta privada é agora mais abundante, geralmente de maior qualidade e, em alguns casos, tecnologicamente apetrechada, ao mesmo tempo que o sector público se tende a organizar em termos jurídicos, com vista a uma melhor gestão conducente a melhores cuidados e resultados em saúde», explica o relatório.
Ministra faz negócio à custa da saúde dos portugueses
O documento alerta ainda para a «fuga de profissionais do sector público para o sector privado» e para «a prática governativa da saúde», que se preocupa demasiado com a «resolução de problemas pontuais» e não a longo prazo: «Daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde».
Os autores do relatório deixam o aviso: «Não são de certeza as formas contratuais que pouco a pouco se vão instalando nos hospitais públicos que vão criar condições para a fixação de profissionais necessários ao serviço público». O documento refere ainda a evolução «francamente favorável» dos tempos de espera cirúrgica.
Abertura das Unidades de Saúde Familiar foi «inconsistente»
O relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde analisou também a reforma das Unidades de Saúde Familiar (USF) e considera que «não existiu um trabalho consistente na sua abertura ao longo do ano» de 2007.
Segundo o documento, apenas 13 por cento da população sentiu os efeitos positivos da reforma: «Obriga a uma maior celeridade e abrangência da implementação, sob pena de se gerarem fenómenos de iniquidade no país, compreensíveis num momento inicial, mas que não poderão perdurar por muito mais tempo».
A «verdadeira reforma» terá de ultrapassar a mensagem de extinção das sub-regiões de saúde, cujo resultado foi «a saída de muitos profissionais e a grande desmotivação da sua maioria». O relatório aborda ainda a questão das Parcerias Público-Privadas, considerando que «a exclusão da gestão clínica privada na rede hospitalar pública a construir através destas parcerias poderá ser desmotivadora do interesse dos grupos financeiros que têm sido constituídos no nosso país».
Saúde: privados são melhores graças ao financiamento do Estado
Relatório do Observatório Português dá conta da melhor qualidade dos serviços privados e do pouco investimento no sector público
As conclusões do Relatório de Primavera 2008 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, apresentado esta segunda-feira em Lisboa, apontam para uma «maior qualidade» dos serviços de saúde privados, possibilitada pelo financiamento «quase na sua totalidade» por parte do Estado, refere a Lusa.
«O sistema privado de saúde em Portugal continua, quase na sua totalidade, apenas a ser viável se financiado pelo Estado», pode ler-se no relatório. O problema, «porque os recursos são escassos», acaba por ser a consequência directa deste facto, pois o Estado acaba por «não investir no sector público».
«A geometria dos sectores público e privado está a alterar-se de uma forma significativa. A oferta privada é agora mais abundante, geralmente de maior qualidade e, em alguns casos, tecnologicamente apetrechada, ao mesmo tempo que o sector público se tende a organizar em termos jurídicos, com vista a uma melhor gestão conducente a melhores cuidados e resultados em saúde», explica o relatório.
Ministra faz negócio à custa da saúde dos portugueses
O documento alerta ainda para a «fuga de profissionais do sector público para o sector privado» e para «a prática governativa da saúde», que se preocupa demasiado com a «resolução de problemas pontuais» e não a longo prazo: «Daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde».
Os autores do relatório deixam o aviso: «Não são de certeza as formas contratuais que pouco a pouco se vão instalando nos hospitais públicos que vão criar condições para a fixação de profissionais necessários ao serviço público». O documento refere ainda a evolução «francamente favorável» dos tempos de espera cirúrgica.
Abertura das Unidades de Saúde Familiar foi «inconsistente»
O relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde analisou também a reforma das Unidades de Saúde Familiar (USF) e considera que «não existiu um trabalho consistente na sua abertura ao longo do ano» de 2007.
Segundo o documento, apenas 13 por cento da população sentiu os efeitos positivos da reforma: «Obriga a uma maior celeridade e abrangência da implementação, sob pena de se gerarem fenómenos de iniquidade no país, compreensíveis num momento inicial, mas que não poderão perdurar por muito mais tempo».
A «verdadeira reforma» terá de ultrapassar a mensagem de extinção das sub-regiões de saúde, cujo resultado foi «a saída de muitos profissionais e a grande desmotivação da sua maioria». O relatório aborda ainda a questão das Parcerias Público-Privadas, considerando que «a exclusão da gestão clínica privada na rede hospitalar pública a construir através destas parcerias poderá ser desmotivadora do interesse dos grupos financeiros que têm sido constituídos no nosso país».
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