27 novembro, 2008

O Conselho de Escolas

O Conselho de Escolas é um orgão consultivo criado pelo ME, eleito democraticamente pelos Conselhos Executivos, com a finaldade de emitir pareceres sobre o que à educação diz respeito, entre outros deveres.
O seu presidente, Álvaro de Almeida Santos, deveria ser o porta-voz desse conselho.
Deveria, mas NÃO É.
Diz que é professor mas tenho dúvidas. Pode ser competentissimo sob o ponto de vista científico, mas isso não faz dele professor; pode estar actualizadissimo sob o ponto de vista didáctico-pedagógico, mas isso também não faz dele professor; pode ser competentissimo sob o ponto de vista de gestor de um estabelecimento de ensino, mas isso ainda não faz dele professor.
Falta-lhe algo de extremamente importante: verticalidade, carácter, honradez e dignidade.
Parece-me que lhe falta verticalidade pois como porta-voz do Conselho devia transmitir as decisões do mesmo a quem de direito, neste caso a tutela. E não o fez! As decisões de 2ª feira 17 de Novembro não foram comunicadas à ME; nem na 3ª, nem na 6ª, nem oficialmente, nunca! Porquê? Se não tivesse transpirado para o exterior a decisão do Conselho ainda hoje não se saberia! Como disse ao Correio da Manhã o conselheiro José Eduardo Lemos:

Essa deliberação não foi entregue à ministra pelo presidente Álvaro Almeida dos Santos, o que levou Lemos a exigir a sua demissão. Ontem, manteve a exigência. Lemos frisou ainda que não foi marcada nova reunião pelo presidente, que ontem esteve incontactável.

São estes os valores que um professor transmite? Não respeitar aquilo para o qual foi mandatado só porque discorda? A democracia é muito linda mas é só quando é a nosso favor?
Parece-me que lhe falta carácter pois ontem veio rapidamente para os orgão de comunicação social corroborar as afirmações falsas e distorcidas do secretário de estado Jorge Pedreira. Neste caso teve muita pressa em "andar a dar água sem caneco"! Alguém o mandatou para isso? Mais valia estar calado!
Veja-se o que diz o adesivissimo Jornal de Notícias:

"Lurdes Rodrigues explicou, anteontem, ao Conselho de Escolas (CE) a simplificação. No final, o secretário de Estado, Jorge Pedreira, sublinhou a concordância da "larguíssima maioria" dos conselheiros sobre as medidas. (...) O presidente do órgão, Álvaro dos Santos esclareceu, por comunicado, que as propostas foram "genericamente" acolhidas pelos conselheiros."

Mas quem é que lhe encomendou o sermão? E com que pressa veio a terreiro? Porque foge? (

No mesmo jornal de Notícias e pelo meio (para não se perceber tão bem a questão), diz-se:

"O CE tinha aprovado, na semana passada, uma moção que defendia a suspensão do processo. Ontem, alguns conselheiros manifestaram ao JN a sua "indignação" pelas palavras de Jorge Pedreira: nenhuma moção foi votada, nem nenhum parecer pedido, pelo que os conselheiros consideram que o CE não tomou uma posição."
Ao Correio da Manhã (link acima) "O conselheiro José Eduardo Lemos garante não ter havido "nenhuma deliberação", mantendo-se a decisão tomada no dia 17 por 30 dos 53 conselheiros, que defenderam a suspensão da avaliação."

Não me parece que tenha honradez pois traiu descaradamente a confiança nele depositada pelos seus pares do conselho. A sua primeira obrigação é para com o conselho, é para com as escolas que o elegeram. Está ali como representante das escolas do país! Não como câmara de eco das vontades e desejos do Ministério. Esquece-se do velho aforismo: "Roma não paga a traidores!" . Esquece-se que quando este ministério e governo cairem, cai com eles! Esquece-se que quando já não tiver qualquer utilidade para o ME será descartado, tout court.

Não me parece ainda que tenha dignidade. Se o tivesse, perante tudo isto, ter-se-ia já demitido! Mas não! Está ali! Firme! De pedra e cal, agarrado que nem uma lapa à rocha que o suporta. Não sabe que quando a rocha for, vai com ela!

Aplicando os critérios de avaliação da componente "Atitudes e valores" que se usam para os alunos, Álvaro de Almeida Santos tem aqui um rotundo 0 (ZERO!).

Não pode ser professor quem desrespeita estes parâmetros de vida! Pode ser tudo, mas não professor! São estes os valores que pretende transmitir aos alunos? É este o exemplo que pretende dar? Ser professor é mais do que ser cientificamente qualificado, didatica e pedagogicamente competente, dominar mil e uma teorias da psicologia da educação.

Ser professor é também, e muito, ser exemplo, ser coerente, aplicar os princípios de diz defender na sua vida e conduta!

E neste campo Álvaro de Almeida Santos falha redondamente.

Um conselho (sei que não se dá a quem não o pediu): demita-se quanto antes, se quiser (ainda) salvar a face! Seja Homem e Professor! Talvez ainda vá a tempo e lhe perdoem!

3 comentários:

Anónimo disse...

Apoio e subscrevo totalmente.
O perfil traçado é, de facto, correctíssimo.
Assim mesmo!!!

Anónimo disse...

Depois do vendido caramelo Santos não ter enviado à ministra a tomada de posição do CE, os seus membros, se os tivessem no sítio, deveriam ter reunido e eleito outro presidente.
Não o fizeram e portanto são coniventes com tudo o que este caramelo anda a dizer.

João Paulo disse...

Dar a volta a esta avaliação e Estatuto da Carreira Docente vai ser muito complicado... temos sabotadores por todo o lado, pessoas (ou talvez não o sejam) sem escrúpulos e princípios.

Temos de continuar a lutar contra as adversidades e não podemos desistir desta luta, sob pena de perdermos toda a nossa dignidade profissional.

Os Conselhos de Escola têm de actuar, não podem ficar à espera que este indivíduo (para não lhe chamar um nome feio à moda do norte) vá sair do posto onde está, os objectivos dele estão bem definidos (e entregues no ME)...