18 novembro, 2008

As notícias "esquecidas"

É isso mesmo! Uma notícia que em condições normais, em qualquer parte do mundo, faria manchete de jornal, desapareceu sem deixar qualquer rasto!
Não há EM QUALQUER JORNAL DIÁRIO DE HOJE referência à votação ocorrida na reunião do Conselho de Escolas a favor da suspensão deste modelo de avaliação dos professores. Há sim, um PACTO DE SILÊNCIO, entre os intervenientes, com particular responsabilidade para o Presidente do Conselho de Escolas, e a Ministra da Educação.
Apenas os blogues referem o ocorrido:
A educação do meu Umbigo
Educação SA
Profavaliação
entre outros!
Haverá promessa de "caixa" mais forte para breve? Ter-se-lhes-á pedido algum tempo antes de lançarem a notícia?
O presidente do Conselho de Escolas escuda-se num ridículo: "O que importa é que a educação vença". O que é que tu queres dizer, pazinho?

Por outro lado, na reunião de ontem do Partido Socialista no Largo do Rato com militantes veio ao de cima o ambiente de "tolerância" e "liberdade" que se vive dentro do Partido Socialista. Este facto teve direito a uma pequena referência relatada pelo Sol on-line:

O presidente da Pró-Ordem dos Professores, Filipe do Paulo, afirmou ter sido impedido de concluir uma intervenção quando pretendia pedir a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues.
«Aquilo que me transmitem é que esta situação só se desbloqueará com a mudança de actores no Ministério da Educação», afirmou Filipe do Paulo, acrescentando ter-se sentido «bastante condicionado» por não lhe terem permitido concluir a intervenção em que pretendia demonstrar «que a política educativa que tem sido seguida, de afrontamento a toda uma classe profissional, falha por ter falta de bom senso».
«Se este modelo de avaliação tinha boas intenções, ele acaba por falhar redondadamente porque cada vez se está a revelar mais inexequível», concluiu.

Creio também que Mário Nogueira na entrevista de ontem na TVI referiu o facto! Ninguém lhe pegou!!!??!! As perguntas ficam no ar:
Porque é que ninguém da Comunicação Social referiu estes factos?
O que estarão a encobrir?
Adenda:
Já depois de ter feito este "post" surgiu no Público on-line a seguinte notícia:

Conselho das Escolas pede à ministra que suspenda a avaliação

17 novembro, 2008

Mais uma trapalhada valteriana

Estes caramelos da 5 de Outubro não aprendem! Fazem côdea e depois surgem despachos a regovar leis (Lei nº 3/2008)! Só neste país! Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimentos de direito percebe que tal não é possível.
Depois torna-se claro que ou não sabem português (recomenda-se para os nossos desgovernantes a frequência de um curso de Novas Oportunidades acelerado) ou querem fazer de todos nós parvos!
Este estatuto do aluno já deu que falar aquando da sua passagem pela Assembleia da República! Os autistas dos deputados do PS, quais carneiros seguidistas e acríticos puseram-se a defender o indefensável! Todos viram a caldeirada que isto dava! E só agora se tornou mais visível pois este foi o momento em que o contemplado na legislação transitou para os regulamentos internos das escolas!
Enfim! Querem, mais uma vez fazer de nós burros! Toda a gente já tinha percebido esta palermice que aqui estava! Agora surgem quais iluminados com a solução milagreira! São tristes! Tristes de espírito! Falhos de consciência e competência! Arrogantes, autistas e inchados!
A notícia do Sol fica aqui em baixo (completa no link acima):

Ministra corrige regime de faltas do Estatuto de Aluno
A ministra da Educação assinou hoje um despacho, que entra em vigor segunda-feira, que «clarifica de uma vez por todas» o regime de faltas e desobriga os alunos com faltas justificadas à realização de um exame suplementar
(...)
Valter Lemos referiu que o despacho surge na sequência de várias «discrepâncias» relativamente às faltas justificadas por doença, que obrigariam os alunos à realização de um exame suplementar e mesmo à sua reprovação.
O secretário de Estado admitiu ainda que os regulamentos internos de algumas escolas «não eram claros sobre essa questão», mas garantiu que das faltas justificadas por doença não decorre «a aplicação de nenhuma medida disciplinar, sancionatória ou correctiva» tal como não «pode decorrer nenhuma reprovação do aluno, nenhuma retenção nem nenhuma exclusão».
(...)
O secretário de Estado admitiu ainda que os regulamentos internos de algumas escolas «não eram claros sobre essa questão», mas garantiu que das faltas justificadas por doença não decorre «a aplicação de nenhuma medida disciplinar, sancionatória ou correctiva» tal como não «pode decorrer nenhuma reprovação do aluno, nenhuma retenção nem nenhuma exclusão».
Para os mais distraídos ou aqueles que não saibam porventura sobre o que se fala fica um excerto do célebre artigo 22º do Estatuto do aluno! Ele é tão simples e tão clarinho que apenas é preciso perceber um pouquinho de português. SÓ NA 5 DE OUTUBRO É QUE O PORTUGUÊS É UMA COISA MUITO ESTRANHA. O outro dizia que é uma língua muito traiçoeira, mas creio não se aplicar a este caso! Ou será que há, para além de provas de Inglês Técnico feitas por fax, também o mesmo regime para o português?
Ridículo, é o mínimo que se pode dizer!
Artigo 22.º
Efeitos das faltas
2 — Sempre que um aluno, INDEPENDENTEMENTE DA NATUREZA DAS FALTAS, atinja um número total de faltas (…) deve realizar (…) UMA PROVA DE RECUPERAÇÃO, na disciplina ou disciplinas em que ultrapassou aquele limite, competindo ao conselho pedagógico fixar os termos dessa realização.
3 — Quando o aluno não obtém aprovação na prova referida no número anterior, o conselho de turma pondera a justificação ou injustificação das faltas dadas, o período lectivo e o momento em que a realização da prova ocorreu e, sendo o caso, os resultados obtidos nas restantes disciplinas, podendo determinar:
a) O cumprimento de um plano de acompanhamento especial e a consequente realização de uma nova prova;
b) A RETENÇÃO DO ALUNO inserido no âmbito da escolaridade obrigatória ou a frequentar o ensino básico, a qual consiste na sua manutenção, no ano lectivo seguinte, no mesmo ano de escolaridade que frequenta;
c) A EXCLUSÃO DO ALUNO que se encontre fora da escolaridade obrigatória, a qual consiste na impossibilidade de esse aluno frequentar, até ao final do ano lectivo em curso, a disciplina ou disciplinas em relação às quais não obteve aprovação na referida prova.

13 novembro, 2008

António José Seguro defende que o papel dos professores tem de ser valorizado

Já se sabia que AJ Seguro não morre de amores por aquela cujo nome se não pode pronunciar!
Ainda bem que vem a terreiro!
Ainda há gente que não alinha na palhaçada socretina do discurso balofo, da arrogância, da mentira, da baixeza ética e moral!
Venham mais como voçês, Seguro, Rosário Gama, Alegre e outros! Estarei convosco!
(o resto da notícia está no link do título)

Declarações ontem à noite em reunião de militantes em Lisboa
António José Seguro: "A arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda"
13.11.2008 - 10h50 PÚBLICO
O deputado socialista António José Seguro afirmou esta noite, perante uma plateia de militantes, na secção do PS de Alvalade, em Lisboa, que a “arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda”, noticiou a Rádio Renascença. Seguro, que também é presidente da Comissão Parlamentar de Educação, frisou que "o papel dos professores tem de ser valorizado".

Finalmente falou!

Já não era sem tempo!
Agora só falta os "cromos" do CCAP levantarem a tenda! O que já deviam ter feito há muito tempo! Não é Arsélio? Abre os olhos homem de Deus!

Conselho das Escolas alerta para "ambiente de tensão" e defende "entendimento" entre Ministério e sindicatos
13 de Novembro de 2008, 11:58
Lisboa, 13 Nov (Lusa) - O presidente do Conselho das Escolas alertou hoje para o mal-estar que se vive no ensino, em consequência do processo de avaliação de desempenho, sublinhando não ter memória de alguma vez se ter registado um tal "ambiente de tensão".
"Estou preocupado. Um dos factores promotores da aprendizagem é o clima que se vive e quando o clima é fortemente perturbado e boa parte do trabalho e das discussões se esgota na questão da avaliação é porque algo não está bem", alertou Álvaro Almeida dos Santos.
Em declarações à Lusa, o presidente deste órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), que representa os conselhos executivos das escolas, considerou que o modelo de avaliação de desempenho definido pela tutela tem "alguma complexidade", sendo "escasso" o tempo disponível para desenvolver todos os procedimentos necessários.
"São estes os dois principais problemas e o diagnóstico é mais ou menos comum às escolas. É um processo que consome muito tempo", criticou.
Segundo Álvaro Almeida dos Santos, "a grande maioria dos professores das escolas tem pedido a suspensão" deste modelo de avaliação de desempenho, através de moções aprovadas em assembleias-gerais, havendo ainda "alguns órgãos directivos" de estabelecimentos de ensino que, formalmente, manifestaram a mesma pretensão.
Perante este cenário, o responsável defende que "é necessário chegar a um entendimento" e encontrar uma "solução equilibrada" entre o ME e os sindicatos, uma vez que o actual clima de tensão pode pôr em causa o sucesso das aprendizagens.
"Sou professor há 25 anos e estou há dez como presidente do conselho executivo. Lembro-me de, há 17 ou 18 anos, ter havido um clima de muita tensão que teve a ver com questões ligadas à carreira docente, mas não com a dimensão actual. Com esta dimensão pública, não me lembro", alertou.


O resto da notícia está no link acima.

15 de Novembro


Há que manter a chama!
Há que manter a pressão!
Há que manter a causa!

11 novembro, 2008

Mais um que procura ver as coisas de forma correcta

Um bom texto, simples mas claro, sobre a questão do ensino. Merece destaque. É do Fernando Sobral e vem na linha de outros que já deu à estampa sobre a temática da educação. Deixo-o aqui na íntegra, retirado do Jornal de Negócios de hoje (11/11/2008).
Por curiosidade, e antes de dar a palavra e o texto ao Fernando Sobral, realço que no mesmo JN logo abaixo está um outro texto assinado por um tal Camilo Lourenço, que de educação não percebe nada (do restante não sei) mas que se arroga ao direito de quase insultar os professores chamando-lhes "maus profissionais". Este é daqueles que certamente usa óculos comprados na feira de Penafiel! E que merecia levar com "um gato morto na tabuleta, até o gato miar"!


Fernando Sobral
O castelo de Kafka
Acreditava-se que o Ministério da Educação tinha sido criado para ajudar as escolas a cumprir a sua função: ensinar os alunos. Com os anos o Ministério da Educação tornou-se num castelo de Kafka: um labirinto burocrático onde até o Minotauro se perderia. O Ministério da Educação tornou-se um monstro cuja única função é hoje tornar impossível o ensino. Pela batuta impulsiva e agreste de Maria de Lurdes Rodrigues, tornou-se no bastião da burocracia.
Entrincheirados neles, génios incompreendidos que há anos não sabem o que é dar aulas, tornaram os professores em burocratas e os alunos em cobaias. O resultado está à vista e a manifestação de mais de 100 mil professores é apenas o sinal visível do desvario ministerial reinante. A ministra não fala de ensino: discorre nervosamente sobre questões laborais, não fala da qualidade das aulas, divaga sobre estatísticas. Quando diz que 100 mil professores nas ruas servem para intimidar os que querem o sistema que impôs, esquece-se que foi só uma minoria de professores que ficou em casa para ser intimidada. O mais grave não é isso: Maria de Lurdes Rodrigues está a ser a coveira do ensino em Portugal. Porque o mais grave é a revolução silenciosa que está a matar o ensino em Portugal: cada vez é maior o número de professores (nomeadamente os mais velhos e que estavam nas escolas apenas pelo amor ao ensino) a reformar-se. Há muito que o Ministério da Educação se transformou no Ministério da Reforma Antecipada. De professores e do ensino.

10 novembro, 2008