16 fevereiro, 2007

Falta verticalidade e ética a estes políticos

Do Público on-line retira-se esta nova que não chega a ser novidade.
Não há de facto qualquer sentido moral ou ético aos políticos portugueses. É de facto uma realidade que a lei garante a presunção de inocência até prova em contrário no devido lugar, isto é, em Tribunal. Mas pede-se aos políticos que em nome da dignidade das funções que desempenham se afastem dos cargos públicos se sobre eles recaírem suspeitas de irregularidades. E no caso vertente é de todo recomendável a sua retirada uma vez que foram constituídos arguidos de pelo menos um crime de peculato. Manda mesmo mais a ética política que se abstenham de candidatar a cargos públicos estando constituídos arguidos ou se sobre eles recair qualquer suspeita.
Ora a classe política portuguesa não faz esta leitura. Só pode mesmo dizer-se que não faz leitura nenhuma da ética ou da moral política porque não a têem. São verdadeiras "lapas" agarradas a tachos e ao poder que é mister conservar a todo o custo.
É por estas e por outras que tal que os políticos portugueses são tão mal vistos pela população. É que, afinal de contas, esta já não é tão cega e tacanha como antigamente.


Vice-presidente acusado pelo Ministério Público de peculato
Carmona Rodrigues: direcção do PSD apoiou continuidade de Fontão de Carvalho
16.02.2007 - 13h56 Ana Henriques

O presidente da Câmara de Lisboa afirmou que a direcção nacional do PSD apoiou "inteiramente" a decisão do vice-presidente de se manter em funções, apesar de ter sido acusado pelo Ministério Público de peculato pelo pagamento de prémios de produtividade a administradores da EPUL e andar há meses a esconder da opinião pública e do próprio partido que o elegeu o facto de ter sido constituído arguido nesse processo.
Carmona Rodrigues explicou que quinta-feira à noite, antes de o vice-presidente dar a conferência de imprensa em que anunciou que iria manter-se no cargo, o assunto foi debatido com a "direcção nacional do partido, que o apoiou inteiramente na sua determinação de continuar nas suas funções".A comissão política permanente do PSD estará reunida neste momento para avaliar a actual situação na Câmara de Lisboa e decidir se mantém a confiança política em Fontão de Carvalho, eleito como independente pelo partido.Nesta reunião está presente a líder da distrital do PSD e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz.Carmona Rodrigues sublinhou que a acusação a Fontão de Carvalho não tem a ver com o caso Bragaparques, mas com a atribuição de prémios a administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL)."Tem a ver com a atribuição de prémios a administradores da EPUL, atribuição essa que não foi autorizada por nenhum de nós. Aliás, mal soubemos disso, dissemos para devolverem os prémios e os [administradores] que lá estão assim o fizeram", disse Carmona Rodrigues.Na opinião do presidente da Câmara, "ainda está para ser provado se é legal ou não" a atribuição de prémios aos gestores."Do nosso ponto de vista, é legal", sustentou. Para o autarca, não há assim razão para Fontão de Carvalho suspender o seu mandato."Há que relativizar as coisas. Há que assegurar a governabilidade da Câmara", disse, citado pela Lusa, acrescentando que a suspensão do mandato da vereadora Gabriela Seara, arguida no caso Bragaparques, deu-se em circunstâncias diferentes.Confrontado com a norma do líder do PSD, Marques Mendes, segundo a qual os autarcas arguidos não devem manter-se em funções, Carmona respondeu que "as generalizações são sempre perigosas"."Se todos os autarcas que são arguidos tivessem de suspender o mandato, de certeza que o país não estava a funcionar neste momento", referiu.O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) acusou Fontão de Carvalho do crime de peculato em co-autoria com outros quatro arguidos.Em conferência de imprensa quinta-feira à noite, o vice-presidente disse estar de "consciência tranquila" e anunciou que irá manter-se em funções, uma decisão que afirmou ser "pessoal".No final de Janeiro, a vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara, suspendeu o seu mandato na autarquia, após ter sido constituída arguida no âmbito do caso Bragaparques.Em Setembro de 2006, a então vereadora do Urbanismo na Câmara de Lisboa, Gabriela Seara (PSD), que suspendeu o mandato depois de ter sido constituída arguida no âmbito do caso Bragaparques, em Janeiro, afirmou que os prémios foram devolvidos a título preventivo.Os prémios, atribuídos pelas subsidiárias da EPUL Imohífen e GF, eram de 12.400 euros para cada administrador, e diziam respeito ao desempenho nos anos de 2004 e 2005.

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