07 setembro, 2010

A mesma fonte: duas leituras


Da tvnet.sapo.pt

OCDE 'chumba' educação portuguesa

A OCDE revelou dados preocupantes sobre a educação portuguesa. Segundo a organização Portugal continua com níveis de formação muito baixos.

Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde o número de pessoas com ensino secundário mais cresceu. Ainda assim, em 2008, continuava a figurar no grupo com indicadores de formação da população mais baixos.

O relatório de 2010 Education at a Glance, elaborado pela OCDE, coloca portugal no antepenúltimo lugar no que toca à percentagem da população que completou o ensino secundário e revela uma diminuição no investimento em educação.

Os dados demonstram que Portugal investe 11,6 por cento da despesa pública em educação, um valor abaixo da média da OCDE (13%) e mais baixo do que há 15 anos (11,7%).

De acordo com o mesmo relatório, no conjunto dos países da organização a procura de uma melhor educação apresentou "pequenos sinais de abrandamento", apesar de um aumento significativo no número de licenciados. Ter um curso superior não significa no entanto um acesso facilitado ao mercado de trabalho, em 10 por cento dos casos pode mesmo ser uma desvantagem.
Os níveis de educação superior aumentaram consideravelmente nos últimos 30 anos. Em quase todos os países, as pessoas com idades entre os 24 e os 34 anos têm qualificações superiores às que estão prestes a deixar o mercado de trabalho (55-64 anos).



Já o Jornal de Notícias:


Pré-escolar acima da média da OCDE
11h50m
A taxa de crianças no pré-escolar em Portugal superou a média da OCDE em 2008, segundo um relatório hoje, terça-feira, divulgado que, para o Ministério da Educação, revela os resultados do "esforço do Governo e das autarquias" na expansão da rede escolar.

Em comunicado citado pela Lusa, o Ministério da Educação (ME) destaca que Portugal conseguiu ultrapassar a média dos países da OCDE no que diz respeito à frequência do Ensino Pré-escolar, com "72,3% das crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 4 anos inscritas em estabelecimentos de Educação Pré-escolar, valor superior aos 71,5% da OCDE".

"O resultado alcançado por Portugal beneficia do esforço do Governo e das autarquias na expansão da rede da educação pré-escolar, condição fundamental para o estabelecimento de igualdade de oportunidades no acesso à educação", lê-se no comunicado.

Na opinião do ME, o relatório "Education at a Glance 2010" "confirma mais uma vez o aumento do número de alunos em Portugal", apontando que "a percentagem de jovens matriculados, entre os 15 e os 19 anos, atingiu, pela primeira vez, a média da OCDE", com a média nacional a situar-se nos 81%.

"Entre 1995 e 2008, a taxa de jovens matriculados no sistema de ensino subiu 13 pontos percentuais, dos quais oito nos últimos dois anos. A subida verificada reflecte a aposta na expansão e diversificação das vias profissionalizantes e o combate ao insucesso e ao abandono escolares", lembra a tutela.

Por outro lado, o ME sublinha também que o relatório "realça a extraordinária evolução de Portugal" no que diz respeito à população com o Ensino Secundário, uma vez que "47% dos portugueses com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos têm como escolaridade mínima o ensino secundário, mais 3 pontos percentuais do que no ano anterior (2007)".

Para o Ministério, outro dado importante é que o relatório mostra que as turmas em Portugal são menores do que a média dos países da OCDE, apontando que "nos primeiros seis anos de escolaridade, a dimensão das turmas é de 18,6 alunos", contra os 21,6 alunos da média da OCDE.

Vantagem que também se verifica no terceiro ciclo do Ensino Básico, onde, em Portugal, as turmas rondam os 22,2 alunos, enquanto a média da OCDE chega aos 23,7 alunos.

Também no que se refere ao número de alunos por professor, o ME lembra que "é dos mais baixos dos países da OCDE", defendendo que "nos primeiros seis anos de escolaridade o número de alunos por professor é de 11,3", contra os 16,4 para a média da OCDE.

"No terceiro ciclo do Ensino Básico, a relação é de 8,1 alunos por professor, enquanto nos países da OCDE a média se situa nos 13,7", aponta a tutela, acrescentando que "no Ensino Secundário, o número de alunos por professor é de 7,3, valor muito distante da média dos países da OCDE (13,5)".


E podia-se juntar a sempre optimista leitura do Governo e dos governantes...

Pena é que os dados enviados para a OCDE incluam quem não deviam incluir. Por exemplo nos ratios aluno/prof estão incluidos os professores que se encontram a desempenhar muitas outras funções que não a trabalhar com os alunos. A título de exemplo, deputados,...