29 outubro, 2008

Prémio "Dardos"


Foi a primeira vez. Para tudo há sempre uma primeira vez na vida. Confesso não esperava. Nem me passava pela carola. Mas a Brit com nomeou-me para o prémio Dardos, no qual «se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web”.

Quem recebe o “Prémio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. - Exibir a distinta imagem;

2. - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;

3. - Escolher quinze (15) outros blogs a que entregar o Prémio Dardos.»

Ora bem, os meus escolhidos (e sem que a ordem implique o que quer que seja), são:




Fica o agradecimento pela nomeação!

De vez em quando há justiça...

Duvido que sirva de exemplo, até porque será difícil chegar aos verdadeiros destinatários. Mas, pelo sim pelo não, fica a notícia do Diário de Aveiro de hoje, 29-10-2008.
Ovar: Mãe condenada por agredir professora
O Tribunal de Ovar condenou ontem uma florista de Arada a sete meses de prisão por agressão a uma professora da EB2,3 de Maceda


A pena foi suspensa por um ano, período durante o qual Matilde Moreira, de 44 anos, terá que pagar pelo menos metade dos quatro mil euros de indemnização reclamados pela professora de música Brites Marques, também ela arguida no processo, mas que acabou absolvida.
“A senhora teve dois anos para pensar no que tinha feito e pedir desculpa, mas não só não o fez, como não mostrou qualquer arrependimento. Um pedido de desculpas é o mínimo que esta professora merece”, afirmou no final da audiência a juíza dirigindo-se à condenada, que ainda não sabe se vai, ou não, recorrer. Matilde Moreira fica ainda impedida de participar em actividades escolares, como sejam as reuniões de pais. Na sua opinião, “o julgamento foi injusto”.
Opinião contrária tem a professora Brites Marques que espera que esta condenação sirva de lição a esta encarregada de educação e seja um exemplo para todos os pais. “Estou satisfeita porque esta sentença ajuda a limpar a imagem que foi criada à minha volta e que me deixou cicatrizes que dificilmente irão sarar”, rematou a docente.
O caso remonta a 15 de Novembro de 2006, um mês depois da professora ter repreendido um aluno de 10 anos por estar a riscar a carteira, após o que ele a terá agredido. Foi efectuado um processo de averiguações que foi arquivado, mas a mãe do aluno pretendia um pedido de desculpas. O Conselho Executivo promoveu, então, uma reunião entre a mãe e a professora. Resultado: a professora queixou-se que foi “pontapeada e mordida várias vezes”. A mãe diz que a agredida foi ela.

24 outubro, 2008

É do melhor...!!!!!

Com a devida vénia ao autor aqui fica o link:

http://castanhas-e-vinho.blogspot.com/2008/10/tirando-carga-humorstica-do-filme-no.html

Parabéns ao Touro Zentado do S. Martinho: castanhas e vinho!

21 outubro, 2008

Vale bem a pena ler

Publicado no Jornal de Negócios de hoje (21/10/2008) o articulista revela uma inegável lucidez sobre a realidade norte-americana. Talvez lhe falte um pouco mais de profundidade para abarcar o problema da decisão política (aqui Noam Chomsky revela-se imbatível, apesar de alguns já terem dado "novas do seu falecimento"). Mas, em termos culturais, Sachs coloca muito bem a questão! Mais, lança a bola para o campo educativo como responsável por este, digamos, "atraso cultural" norte-americano. Mas quem decide as políticas educativas? Precisamente os mesmos que sofrem deste deficit e detêem o poder!
A ler vivamente!

Jeffrey D. Sachs
A ameaça anti-intelectual americana
Nos últimos anos, os Estados Unidos contribuíram mais para a instabilidade mundial do que para a resolução dos problemas globais. Entre os vários exemplos contam-se a guerra no Iraque, lançada pelos EUA com base em falsas premissas, o obstrucionismo às tentativas de atenuação das alterações climáticas, uma ajuda ao desenvolvimento muito restrita e a violação de tratados internacionais, como as Convenções de Genebra.
Se bem que muitos factores tenham contribuído para as acções desestabilizadoras dos Estados Unidos, um dos principais é o anti-intelectualismo, recentemente ilustrado pela crescente popularidade de Sarah Palin, a candidata republicana à vice-presidência.
Por anti-intelectualismo entendo, particularmente, uma perspectiva anti-científica agressiva, sustentada por um desprezo perante quem adere à ciência e às suas provas. Os desafios com que se confrontam grandes nações, como os Estados Unidos, exigem uma análise rigorosa das informações, tendo como base os melhores princípios científicos.
As alterações climáticas, por exemplo, colocam terríveis ameaças ao planeta, devendo pois ser avaliadas de acordo com as normas científicas dominantes e com a capacidade evolutiva da climatologia. O processo científico mundial que dá pelo nome de Painel Inter-Governamental de Peritos sobre Alterações Climáticas (IPCC na sigla em inglês), e que foi vencedor de um Prémio Nobel, estabeleceu o critério do rigor científico para a análise das ameaças de alterações climáticas provocadas pela humanidade. Precisamos de políticos com conhecimentos científicos e adeptos do pensamento crítico baseado nas provas para traduzir estas descobertas e recomendações em programas de acção e acordos internacionais.
No entanto, nos Estados Unidos, as atitudes do presidente Bush, de republicanos influentes e agora de Sarah Palin, têm sido tudo menos científicas. A Casa Branca fez tudo o que podia durante oito anos para esconder o esmagador consenso científico de que os humanos estão a contribuir para as alterações climáticas. Tentou impedir que os cientistas do governo falassem honestamente ao público. Da mesma forma, o "The Wall Street Journal" propagou posições anti-científicas e pseudo-científicas de oposição às políticas destinadas a combater as alterações climáticas provocadas pelos seres humanos.Estas abordagens anti-científicas afectaram não só as políticas dirigidas ao clima, mas também a política externa. Os Estados Unidos lançaram a guerra contra o Iraque com base no instinto e nas convicções religiosas de Bush e não com base em provas rigorosas. Da mesma forma, Palin chamou à guerra no Iraque "uma tarefa atribuída por Deus".
Não se tratam de indivíduos isolados, ainda que poderosos, e desligados da realidade. Eles reflectem o facto de uma significativa percentagem da sociedade norte-americana, que vota recorrentemente nos republicanos, rejeitar ou simplesmente desconhecer provas científicas elementares em relação às alterações climáticas, à evolução biológica, à saúde humana e a outros domínios. Em geral, estes eleitores não rejeitam os benefícios das tecnologias resultantes da ciência moderna, mas rejeitam as provas e os conselhos dos cientistas em matéria de políticas públicas.
Os recentes dados de um inquérito levado a cabo pela Fundação Pew mostram que enquanto 58% dos democratas acredita que os seres humanos estão na origem do aquecimento global, apenas 28% dos republicanos pensa de igual modo. Da mesma forma, um inquérito realizado em 2005 revelou que 59% dos auto-proclamados republicanos conservadores rejeitava qualquer teoria da evolução, ao passo que 67% dos democratas liberais aceitava alguma versão da teoria evolucionista.Sem dúvida que alguns destes descrentes na teoria da evolução são simplesmente ignorantes em termos científicos, devendo-se isso à qualidade medíocre do ensino científico nos Estados Unidos. Mas outros são fundamentalistas bíblicos que rejeitam a ciência moderna porque estão convictos de que aquilo que a Bíblia diz é literalmente verdade. Rejeitam as provas geológicas das alterações climáticas porque rejeitam a própria ciência da geologia.
O problema que aqui está em causa não é o da religião versus ciência. Todas as grandes religiões têm tradições de intercâmbios frutuosos – e mesmo de apoio – com as investigações científicas. A Idade de Ouro do Islão, há mil anos, foi também a idade em que a ciência islâmica liderou o mundo. O Papa João Paulo II deu o seu apoio à ciência elementar da evolução e os bispos católicos romanos defendem acerrimamente a limitação do impacto do Homem sobre as alterações climáticas, com base em provas científicas. Vários cientistas eminentes, incluindo um dos maiores biólogos do mundo, E. O. Wilson, recorreram a comunidades religiosas para apoiarem o combate às alterações climáticas provocadas pelo Homem e para a protecção do ambiente e essas comunidades religiosas reagiram, por sua vez, em harmonia com a ciência.
O problema provém de um fundamentalismo agressivo que nega a ciência moderna e um anti-intelectualismo agressivo que vê os peritos e cientistas como os inimigos. São estes pontos de vista que poderão acabar por nos matar a todos. Afinal de contas, este tipo de extremismo pode levar mesmo a uma guerra, fundada na opinião perversa de que será uma guerra travada por vontade de Deus e não derivada do fracasso da política e da cooperação. Em muitas das suas declarações, Sarah Palin parece decidida a invocar Deus nos seus juízos acerca da guerra, o que constitui um sinistro presságio para o futuro no caso de ela ser eleita. Ela levará certamente muitos inimigos a recorrerem às suas próprias variedades de fundamentalismo para se vingarem dos Estados Unidos. Os extremistas de ambos os lados acabarão por pôr em risco a grande maioria dos humanos que não são extremistas nem fundamentalistas que se opõem à ciência. É difícil saber com precisão aquilo que está a provocar esta escalada do fundamentalismo em tantas regiões do mundo. Aquilo que está a acontecer nos EUA, por exemplo, não está a suceder na Europa, mas é naturalmente característico de algumas regiões do Médio Oriente e da Ásia Central.
O fundamentalismo parece emergir em épocas de importantes transformações, quando os tradicionais acordos sociais começam a ficar ameaçados.
A intensificação do fundamentalismo norte-americano moderno na política remonta à época dos direitos cívicos da década de 60 e reflecte, pelo menos parcialmente, uma reacção brutal dos brancos contra a força política e económica crescente dos não-brancos e das minorias imigrantes na sociedade norte-americana. A única esperança da humanidade é que o círculo vicioso do extremismo possa ser substituído por uma compreensão partilhada a nível global no que diz respeito aos elevados desafios em termos de alterações climáticas, fornecimento de alimentos, energia sustentável, escassez de água e pobreza. Processos científicos mundiais como o IPCC são muito importantes, porque constituem a nossa melhor esperança de conseguir alcançar um consenso com base em provas científicas.
Os Estados Unidos devem regressar ao consenso global, com base na ciência partilhada, em vez de se entrincheirarem no anti-intelectualismo. É esse o urgente desafio com que se confronta o coração da sociedade norte-americana de hoje.

19 outubro, 2008

A fotografia .... em ponto grande

Ou lá fora como cá dentro.

É isso mesmo! O que se passa neste canto é precisamente o mesmo esquema articulado noutros países da Europa - França, Itália, Espanha, etc...
São as imposições vindas sabe-se lá de onde (OCDE?) de redução de custos com a educação. Resultados ou sintomas disso: introdução de profs. generalistas, reformas antecipadas com penalizações, redução de postos de trabalho (em França 33200 desde 2007), encerramento de escolas, aumento do ritmo e tarefas de trabalho aos sobreviventes, desmantelamento da escola pública, etc...
Este fim de semana - 80 000 em manifestação em França (incluia, profs, pais, alunos e outros) - cá em Março foram 100 000 e alguém atirou fora a criança com a água do banho!
(http://www.lemonde.fr/societe/article/2008/10/18/crise-et-reformes-les-enseignants-au-premier-rang-des-mecontents_1108451_3224.html)
Itália - Greve na 6ª feira e manif com 300 000 "para protestar contra la reforma educativa que prevé la eliminación de casi 100.000 puestos de trabajo entre profesores y personal no docente, la vuelta al maestro único, además de uno de inglés, para los niños de entre 6 y 11 años y la imposición de la nota de conducta como requisito para aprobar el curso, lo que ha sublevado a estudiantes y profesores."
http://www.elpais.com/articulo/internacional/huelga/servicios/publicos/colapsa/grandes/ciudades/italianas/elppgl/20081017elpepuint_13/Tes
Os traços comuns são por demais evidentes pelo menos nestes países.
E por cá ainda há gente preocupada com grelhas, fichas e protagonismos!
Será bom que acordem antes que seja demasiado tarde. É que depois não haverá santa grelha que vos acuda!

14 outubro, 2008

Recordando o pós-entendimento

Em tempos, e não sei porquê (quiçá, inconscientemente antecipando eventos futuros) registei as declarações de António Costa no programa "Quadratura do Círculo", precisamente o primeiro em que participou aquando da substituição do Jorge "quem se mete com o PS, leva" Coelho!
E em discussão estava o rescaldo do dito cujo memorando de entendimento.
Cada um dos participantes debitou o que quis e António Costa saiu-se com o que abaixo se transcreve (e que poderá ser confirmado na gravação do programa).

António Costa:
Quer o governo quer os sindicatos precisavam deste acordo e dele rapidamente!
Porquê?
Porque o que nós verdadeiramente tivemos aqui foi algo que transcendeu o governo e transcendeu os sindicatos! Quer o governo quer os sindicatos foram apanhados de surpresa em todo este processo.
As primeiras manifestações, como todos nos recordamos, foram convocadas espontaneamente. Aquela manifestação excedeu em muito a capacidade de mobilização sindical. Os sindicatos fizeram um esforço colossal para procurar enquadrar rapidamente aquele movimento. Aquele movimento tinha uma natureza espontânea e o mal-estar que existe em muitas escolas e nos professores transcende, em muito, o que está em cima da mesa das negociações!
António Costa não é um menino de coro! Não é um menino qualquer dentro do PS! Deixou escapar isto talvez por falta de rotina neste género de programa (talvez tenha achado que o espírito desse programa era o de uma cavaqueira informal e embarcou na onda, sem querer)!
O que Costa verdadeiramente quis dizer é que governo e sindicatos tinham de arranjar um qualquer consenso para esvaziar este movimento. Ao governo porque interessava parar esta contestação porque poderia alastrar a outras áreas da função pública; aos sindicatos porque corriam o risco de se chegar à conclusão que não eram precisos para nada!
E o entendimento chegou! Prenda aqui, prenda ali, pataca a ti, pataca a mim!
Quem lerpou? Os profs que estão nas escolas! Como agora se vê!
Burocracia que nunca mais acaba!
Novo concurso para titulares para aqueles que desempenham cargos e ocupam lugares públicos e sindicalistas! (ponto 8 do memorando se não me falha a memória)!
Novas regras de concurso a caminho!
Um sistema de avaliação caótico e desigual de escola para escola!
A degradação do ambiente das escolas e da qualidade de ensino!
Eis senão quando, de novo a massa anónima das escolas se ergue outra vez! Insinua, ameaça, idealiza e planeia nova descida à rua, à capital!
Avisados, desta vez, os magníficos sindicalistas (sem ouvirem as bases, mas ouviram o trio maravilha) decretam do alto da sua prosaica verborreia que os professores voltarão à rua mas nunca no dia 15/11. Que estão ali para unir e não para dividir! (Esta então é de gritos!)!
Aí estão eles, de facto, como pontas de lança do ME, prontos a esvaziar o movimento contestatário que se ergue! Mais uma vez querem liderar um processo para o qual nada contribuiram! Querem controlar para fins que não se sabe bem quais! Nem a que agendas obedecem! De partidos? Do próprio ministério? Haverá já negócio? Terá a reunião de hoje servido apenas para limar arestas? Ainda não reuniram com os restantes elementos da dita plataforma mas já sabem que dia 15/11 não e que os profs. irão para a rua noutra data?!
Ainda não perceberam que se avançarem noutra data e for um "flop" estão a condenar de vez o sindicalismo? É isto que querem? Aonde querem chegar?

13 outubro, 2008

Um dos objectivos do ME

As declarações de uma professora recém-aposentada. (Pode ser vista na íntegra no link acima para o Jornal de Notícias). Deixo a parte final que revela um dos grandes objectivos já enunciados na "agenda oculta...". Diz esta:
Um exemplo delas é o constante ataque à classe, desmoralizando-a, desvalorizando-a à face da opinião pública (a célebre frase – “perdi os pro­fessores, ganhei a opinião pública” – vinda de uma dita socióloga que quer fazer reformas é paradigmática), infernizando-lhe a vida com burocracia e mais burocracia, querendo-lhe impor uma avaliação e um estatuto infames e mons­truosos, numa palavra fazendo-lhes a vida negra. Há que quebrar a “classe pri­vilegiada” que é a dos professores; nem que para tal se tenha de usar “querra” psicológica. E depois abrem uma porta para a saída – a reforma com 33 anos de serviço e 61 de idade… São, obviamente, os mais velhos e consequente­mente os mais caros que irão sair, desmotivados, fartos e cansados do enxo­valho psicológico, profissional e social a que foram sujeitos. São também os mais reivindicativos, aqueles que melhor conhecem o sistema e as suas falhas, aqueles que mais se opõem a esta degradação da escola e a esta pseudo-qualidade de ensino que assim são “democraticamente empurrados” para fora do sistema.

A professora recém-aposentada declara o seguinte:

Reformada há um mês, a professora não tem remorsos da decisão. "Sinto-me satisfeita e leve, dediquei muito à minha profissão, acho que fiz a minha parte e consegui deixar a minha semente em alguns alunos." Agora, vai passear, fazer desporto e começar a estudar arte. No entanto, não deixa de pensar que "a ministra vai ter a tarefa facilitada porque a maior parte dos novos professores são uma massa tenra, muito maleável e estão em condições precárias. A minha geração era mais difícil de domesticar".

E se Obama ganhar...

Se Obama ganhar não tardará muito a ser importada em força (a ideia já cá chegou e andam por aí uns arautos) esta ideia para a educação: as "charter schools" (já referi o assunto na "agenda oculta...". O excerto abaixo pode ler-se no Jornal de Negócios de hoje 13 de Outubro de 2008. Os sublinhados são meus. E chamo a particular atenção para eles.

Obama defende ainda a criação de "charter schools", com níveis adequados de financiamento inicial. As "charter schools" oferecem novas soluções ao sector público sem usar dinheiro público, adoptando princípios de mercado, como a responsabilização pelos resultados e a liberdade de escolha das famílias. Muitas vezes financiadas por fundações privadas, conseguem ter, em estados como a Califórnia, rácios de investimento por aluno mais elevados que as escolas públicas tradicionais. Têm ainda liberdade de prosseguir metas alternativas, especializando-se em Ciências ou em Matemática. Não são o item mais popular da agenda de Obama para os sindicatos de professores. Mas são uma alternativa ao único ponto de política educativa que se conhece em McCain: o famoso cheque-ensino. E Obama, num gesto de notório "bypartisanship", não repudia esse cheque.

10 outubro, 2008

Mais um que acorda...

Aos bocadinhos vão abrindo os olhos. O descalabro do ensino e a propaganda são tais que só mesmo um cego ou um socretino é que não vê! Também não esquecer que aquela da "factura" dos "Cagalhães" ser paga pelas Câmaras tá de morte! De facto só este governo para fazer habilidades destas.
Fica o texto picado do Jornal de Negócios de hoje.


Paulo Pinto Mascarenhas
O choque tecno-fácil


Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida.
1. Liberdade versus igualitarismo. A alternativa à actual política de Educação deveria ter a liberdade de escolha como ponto de partida. Liberdade de escolha dos pais, em primeiro lugar; liberdade das escolas, em cooperação comunitária com os encarregados de educação; liberdade dos alunos, que nunca serão todos iguais, ao contrário do que pressupõe o governo do Partido Socialista. Só da reunião de interesses deste triângulo – pais, escolas e alunos – pode surgir a igualdade de oportunidades, que não nasce por obra e graça da planificação central do Estado, como entendem os principais responsáveis da 5 de Outubro, a começar pela ministra da Educação. Quando se acredita, como Maria de Lurdes Rodrigues afirma acreditar, que "a repetência não serve os alunos e as escolas", salta à vista todo um programa ideológico. 2. Há que reconhecer alguma coerência no percurso e no desempenho da ministra. O combate sem tréguas contra os professores em nome de um suposto interesse geral, a ausência de medidas eficazes contra a indisciplina e a preocupação estrita com os índices estatísticos do (in)sucesso escolar, são três das marcas de água do consulado de Maria de Lurdes Rodrigues. Retirando a autoridade aos professores, elemento vital para um ensino exigente, a ministra conduziu o sistema a um beco sem saída, onde o sucesso dos alunos e a avaliação das escolas são nivelados por baixo, em função de resultados viciados à partida. 3. Cereja em cima do bolo de alguma propaganda governamental é o episódio de entrega dos famosos computadores Magalhães em sucessivas cerimónias mediáticas, com a presença de mais ministros que alunos e professores. Ninguém contesta a importância de meios informáticos nas escolas do séc. XXI. Mas é evidente que os computadores não são fonte milagrosa de sucesso escolar, nem poderão substituir o papel dos professores nas escolas. São instrumentos – como o giz, a régua ou o esquadro. Os Magalhães não servem de nada se não contarem com educadores preparados técnica e pedagogicamente para os utilizarem. Eis um episódio paradigmático da nova tendência tecno-facilitista: a distribuição de computadores antecedeu a entrega dos manuais escolares, decerto mais urgentes e necessários para a prática escolar dos alunos no ano lectivo que já começou.

09 outubro, 2008

A grande evasão

Manuel António Pina! Hoje no JN. Como sempre, certeiro. E dou-me mesmo ao luxo de usar (abusivamente) o seu título.
Eis um dos objectivos em fase de cumprimento e execução que eu já tinha enunciado na "Agenda oculta da educação": São, obviamente, os mais velhos e consequente­mente os mais caros que irão sair, desmotivados, fartos e cansados do enxo­valho psicológico, profissional e social a que foram sujeitos. São também os mais reivindicativos, aqueles que melhor conhecem o sistema e as suas falhas, aqueles que mais se opõem a esta degradação da escola e a esta pseudo-qualidade de ensino que assim são “democraticamente empurrados” para fora do sistema.
Terá custado a perceber à opinião pública mas agora, perante estes factos evidentes e notórios, já não fica qualquer réstia de dúvida. Aos poucos, a "Agenda..." vai-se cumprindo...

A grande evasão


Se não ficasse na história da educação em Portugal como autora do lamentável "pastiche" de Woody Allen "Para acabar de vez com o ensino", a actual ministra teria lugar garantido aí e no Guinness por ter causado a maior debandada de que há memória de professores das escolas portuguesas. Segundo o JN de ontem, centenas de professores estão a pedir todos os meses a passagem à reforma, mesmo com enormes penalizações salariais, e esse número tem vindo a mais que duplicar de ano para ano.
Os professores falam de "desmotivação", de "frustração", de "saturação", de "desconsideração cada vez maior relativamente à profissão", de "se sentirem a mais" em escolas de cujo léxico desapareceram, como do próprio Estatuto da Carreira Docente, palavras como ensinar e aprender. Algo, convenhamos, um pouco diferente da "escola de sucesso", do "passa agora de ano e paga depois", dos milagres estatísticos e dos passarinhos a chilrear sobre que discorrem a ministra e os secretários de Estado sr. Feliz e sr. Contente. Que futuro é possível esperar de uma escola (e de um país) onde os professores se sentem a mais?

07 outubro, 2008

Encontro de contas???

Ainda e sempre a propósito do "Magalhães". Agora é a vez do Público levantar mais um bocadinho o véu (link no título acima):

O processo terá lesado o Estado em mais de cinco milhões de euros

JP Sá Couto é acusada de fraude e fuga ao IVA
Empresa que produz o computador “Magalhães” vai a tribunal

Bom! Isto é caricato e toca as raias do absurdo! Então o estado não sabia com quem andava a fazer negócio? Não brinquem comigo! E não adianta esbracejar e dizer que a dita cuja empresa ainda não foi condenada e que está inocente até prova em contrário!... Isso é areia para os olhos de papalvos!
Se está sob suspeita de defraudar o Estado então, o Estado não deveria fazer negócios com ela! Se eu tiver um contencioso com alguém meu fornecedor ou cliente em tribunal ou a caminho dele, não irei fazer mais nenhum negócio com esse alguém até o assunto se esclarecer! É do mais elementar bom senso!
Mas isso é coisa que parece não existir lá para as bandas de S. Bento...
Nem bom senso, nem moral, nem ética repúblicana ou política... Vejam-se os belos exemplos de indivíduos com processos em tribunal que se candidataram às câmaras! E venceram! É triste, mas é o povinho que temos! E o povinho que temos merece os políticos que por aí lhe aparecem a distribuir bacalhau a pataco... ou "Magalhães"